Dados do Trabalho


Título

Regressão da fibrose miocárdica após o transplante renal associada a sobrevida. Estudo de ressonância magnética cardíaca.

Introdução

Pacientes com doença renal crônica têm risco aumentado para doença cardiovascular, sendo a fibrose miocárdica um fator envolvido. O T1 nativo, considerado marcador de fibrose miocárdica nos pacientes em hemodiálise, se correlacionou com redução de fibrose reativa após o transplante. É medido por ressonância magnética cardíaca (RMC), e não necessita usar contraste paramagnético. O objetivo deste estudo foi associar a regressão do T1 (fibrose) com a sobrevida.

Material e Método

Quarenta e quatro pacientes transplantados renais foram submetidos a dois exames de RMC (nos primeiros 10 dias do transplante e 6 meses após). No grupo que diminuiu o T1 nenhum paciente era diabético (cluster-1). No outro grupo, composto por diabéticos, com maior massa ventricular esquerda indexada, o T1 não reduziu (cluster-2). Foram avaliados os desfechos de óbito e evento cardiovascular em 36 meses.

Resultados

A sobrevida no cluster-1 foi de 96% em 12 e 36 meses, comparado a 92% e 78%, respectivamente, no cluster-2, p=0,054. A curva de evento cardiovascular e óbito, somados, mostrou sobrevida de 96% em 12 e 36 meses no cluster-1, comparado a 92% e 62%, respectivamente, no cluster-2, p=0,013.

Discussão e Conclusões

A associação do tempo do T1 nativo com mortalidade já foi descrita previamente na Amiloidose. No presente estudo, após 6 meses de transplante, o grupo que não reduziu o T1 (ou seja, não regrediu fibrose) apresentou menor sobrevida e maior chance de eventos totais. Considera-se, portanto, que o T1 nativo seja potencial marcador de sobrevida no pós-transplante. Pacientes diabéticos com elevada massa ventricular esquerda podem não ter benefício com redução de risco cardiovascular após o transplante renal, já que não apresentaram regressão da fibrose miocárdica.

Palavras Chave

Transplante Renal; Fibrose Miocárdica; Sobrevida; Ressonância Magnética; T1 nativo

Área

RIM - Complicações

Instituições

Hospital das Clínicas de Botucatu - São Paulo - Brasil

Autores

Mariana Moraes Contti, Luis Gustavo Modelli de Andrade, Hong Si Nga, Mariana Farina Valiatti, Guilherme Palhares Aversa Santos, Henrique Mochida Takase, Maurício Fregonesi Barbosa, Alejandra Villanueva Mauricio