CONGRESSO PAULISTA DE CIRURGIA - 21º ASSEMBLÉIA CIRURGICA DO CBCSP

Dados do Trabalho


TÍTULO

RELATO DE CASO: TRATAMENTO DE VOLUMOSO CISTO DE COLEDOCO.

INTRODUÇÃO

O cisto de colédoco é uma rara dilatação congênita do ducto biliar, podendo ser intra ou extra-hepático ou ambos. É mais frequente no sexo feminino e 75% dos casos são diagnosticados ainda na infância. Pode ter relevantes complicações, como colangite recorrente, estenose de via biliar, coledocolitíase, pancreatite aguda recorrente e malignização.
Os cistos biliares são classificados de acordo com a localização, extensão e forma. Os cistos do tipo I são dilatações fusiformes ou císticas da árvore biliar extra-hepática, sendo os mais comuns (50%), encontrado no caso relatado. Os cistos do tipo II são divertículos saculares do canal biliar extra-hepático e correspondem a menos de 10% dos cistos. Os tipo III são formados pela dilatação do canal biliar dentro da parede do duodeno, sendo responsável por menos de 10% dos casos. Já os cistos do tipo IV, segundo em frequência (35%), correspondem a dilatações císticas da árvore biliar intra e extra-hepática. O tipo V corresponde a cistos intra-hepáticos (doença de Caroli).
O tratamento do cisto é cirúrgico e o relato deste caso se justifica pelo fato do Cisto de Colédoco ser uma entidade rara, na maioria das vezes diagnosticada e tratada ainda na infância, que neste caso foi diagnosticado aos 2 anos de idade e tratado apenas aos 19 anos de idade.

RELATO DE CASO

Trata-se de paciente do sexo feminino, 19 anos, que aos 2 anos de idade teve um diagnóstico incidental de cisto de colédoco ao realizar ultrassom propedêutico para infecção do trato urinário. Foi optada pela não abordagem cirúrgica no momento do diagnóstico e aos 18 anos, paciente apresentou a tríade clássica de dor abdominal, massa abdominal palpável no quadrante superior direito e icterícia, sendo encaminhada ao nosso serviço. Estendida propedêutica com exames de imagem que evidenciaram provável cisto de hepatocolédoco medindo 13,3 x 11,8 x 9,2 cm. Em março de 2018, paciente submetida à Colecistectomia + Ressecção do Colédoco + Anastomose Hepatico Jejunal Termino Lateral em Y de Roux em via transmesocolica. Ato bem tolerado e sem intercorrências. A paciente evoluiu estável no pós-operatório, em unidade de terapia intensiva, tendo alta para a enfermaria no terceiro dia de pós-operatório. Sua alta hospitalar foi no sétimo dia de pós-operatório e desde então mantém acompanhamento ambulatorial sem intercorrências. A anatomopatologia corroborou com achados compatíveis com cisto de colédoco, sem outras alterações.

DISCISSÃO

O diagnóstico e o tratamento do cisto de colédoco deve ser precoce devido ao risco de suas complicações. O risco de malignização aumenta consideravelmente com a idade, sendo encontrado em 14 a 18% em adultos e acima de 50% em pacientes com idade superior a 50 anos.
O tratamento do cisto é cirúrgico, devendo ser individualizado e modificado de acordo com o tipo de cisto, idade e comorbidades do paciente. No caso relatado, mesmo que o tratamento tenha sido na idade adulta, paciente apresentou desfecho favorável.

PALAVRAS CHAVES

Cisto de colédoco, vias biliares, colédoco

Área

FÍGADO, VIAS BILIARES E PÂNCREAS

Instituições

COMPLEXO HOSPITALAR SÃO FRANCISCO DE ASSIS - Minas Gerais - Brasil

Autores

MARCELO GOMES GIRUNDI, FRANCO ANTÔNIO CORDEIRO NEVES, RICARDO DE CASTRO GONTIJO, VANESSA ALINE MIRANDA VIEIRA, LUCIANA CARVALHO HORTA, CHRISTIAN ESTEBAN ASTUDILLO VALLEJO