Título

ANALISE DO IMPACTO DA PANDEMIA SOBRE O TOTAL DE INTERNAÇOES CIRURGICAS E O TEMPO DE ESTADIA HOSPITALAR

Objetivo

Avaliar o impacto no tempo de internação pós-operatório e no número total de internações por motivos cirúrgicos no Brasil no ano marcado pela pandemia do novo coronavírus.

Método

Trata-se de uma análise transversal realizada no mês de junho, quando dados de produção hospitalar (SIH/SUS) foram coletados da plataforma DATASUS, ordenando a busca pela média de tempo de permanência hospitalar de pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos por unidade da federação, com início da contagem na baixa e término no momento da alta hospitalar. Uma segunda busca sobre o número total de internações por motivos cirúrgicos nesse período foi feita na mesma plataforma em segunda coleta. Foram incluídos os dados dos 5 primeiros meses de cada ano, de 2009 à 2020. Foram excluídos o ano de 2008 e os meses do segundo semestre dos anos selcionados por falta de dados e pela incapacidade comparativa com o ano de 2020, respectivamente. Os dados foram então dispostos em planilhas eletrônicas onde se calculou a média e o desvio padrão para o número e o tempo de internações. Verificou-se que a amostra possuía distribuição normal e adotou-se um p<0.05 para análise de significância estatística no software IBM SPSS statistics.

Resultados

A média de internação por motivos cirúrgicos total dentre os primeiros 5 meses dos anos 2009 a 2020 foi de 3,74 dias com desvio padrão de 0,225. Inicialmente, já é possível notar que o período de janeiro até maio do ano de 2020 teve uma média de internação de 3,22 dias, mostrando redução expressiva com significância estatística quando adotado p<0.05. Além disso, ainda com a amostra estratificada por meses, é possível notar que o mês de maio de 2020 se destaca dentre os demais meses da análise, tendo a média mais baixa (2,60 dias), quando considerados apenas os meses de maio dos demais anos (3,71 dias). Quando observamos o número de internações por procedimentos cirúrgicos, há também redução expressiva de 360.952 internações cirúrgicas, em média, para 191.160 e 383.035 internações cirúrgicas, em média, para 129.124 quando comparados os dados históricos e atuais dos meses de abril e maio, respectivamente.

Conclusões

A pandemia de COVID-19 demanda esforço conjunto para seu enfrentamento, podendo ser visto significativo impacto sobre as áreas cirúrgicas, já que os pacientes têm ficado menos tempo internados e o número de internações realizadas caiu expressivamente ainda no primeiro semestre de 2020. Essa análise não possui poder para metrificar as consequências de uma redução tão expressiva nesses indicadores; por isso, fazem-se necessários estudos complementares a este.

Palavras Chave

Internações cirúrgicas; COVID-19

Área

MISCELÂNEA