Dados do Trabalho


TÍTULO

A PRIMEIRA VEZ A GENTE NUNCA ESQUECE

OBJETIVO

Analisar o perfil das primeiras experiências cirúrgicas de médicos e estudantes brasileiros.

MÉTODO

Trata-se de um estudo transversal descritivo e prospectivo realizado com 128 participantes, no período de janeiro de 2019, dos quais 2 foram descartados por respostas incoerentes. O instrumento utilizado foi uma entrevista estruturada disponibilizada no sistema Google Docs com 12 questões referentes às experiências de pequeno, médio e grande porte cirúrgico. Os participantes foram convidados via mídias sociais, pessoalmente ou por e-mail. A participação foi voluntária e anônima.

RESULTADOS

O questionário foi aplicado a 126 pessoas, incluindo graduandos em medicina (82), médicos generalistas (3), residentes (2) e médicos especialistas (39). Entre o total de estudantes, a maioria (32%) se encontra no segundo ano de curso, seguido do quinto (17%) e do último ano (17%).
Analisando a sutura, 43% dos graduandos demonstraram ter realizado o procedimento até o segundo ano de curso. Já 82% dos especialistas demonstraram ter tido essa prática a partir do segundo ano de graduação. Os médicos generalistas relataram ter realizado o procedimento no quarto ano da graduação e os residentes, no terceiro.
Foi verificado que 65% dos estudantes não realizou acesso venoso profundo até o momento do estudo. 56% dos especialistas, os residentes (100%) e 33% dos médicos generalistas relataram ter realizado a prática nos dois anos finais da graduação.
Procedimentos de pequeno porte não foram realizados pelos estudantes em 51% dos casos. Quando realizados, a maior parte (46%) se deu durante os três últimos anos de curso, unindo dados dos graduandos e graduados.
Procedimentos de médio porte não foram realizados por 92% dos estudantes e 41% dos médicos formados relataram ter realizado tais procedimentos no primeiro ano de residência.
Com relação aos partos, 70% dos estudantes, por estarem no início do curso, declararam ainda não terem realizado. 46% dos que se encontram em períodos mais avançados, juntamente com os médicos graduados, relataram que realizaram o procedimento, tanto normal, quanto cesáreo, a partir do quinto ano de graduação.
Por fim, procedimentos de grande porte foram realizados por 50% dos graduados, a partir do segundo ano de residência.

CONCLUSÕES

Concluímos que as experiências cirúrgicas acontecem cada vez mais cedo, com base no ano de ingresso no ensino superior. Estudantes que irão se graduar em 2019, por exemplo, fizeram a primeira sutura entre o segundo e terceiro ano de curso, enquanto aqueles que terminarão a graduação a partir de 2023 tiveram essa primeira prática ainda no primeiro ano. Por outro lado, médicos já graduados tiveram a prática, em geral, a partir do segundo ano de graduação. Isso demonstra que o curso tem inserido o estudante no contexto e realidade da profissão cada vez mais cedo, principalmente após a instituição das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para o curso de medicina, publicadas pelo MEC em 2014.

Área

ENSINO MÉDICO

Instituições

UNICEPLAC - Distrito Federal - Brasil

Autores

Isadora Barreto de Andrade, Thaís Querino de Lima, Elaine Julian da Fonseca, Jordano Pereira Araújo