Dados do Trabalho


Título

HIPERALDOSTERONISMO PRIMARIO COM POTASSIO NORMAL: UM RELATO DE CASO

Introdução

O hiperaldosteronismo primário (HAP) é definido pelo aumento da produção da aldosterona, interrupção da atividade plasmática de renina (APR) e presença de hipertensão arterial refratária ao tratamento associada à alcalose e hipopotassemia. O diagnóstico é feito através da relação aldosterona/renina e tomografia abdominal. O tratamento baseia-se na resolução da causa e ocasionalmente pode-se utilizar antagonistas da aldosterona como a espironolactona.

Material e Método

A.M.A.T, 58 anos, masculino, engenheiro, diagnosticado com HAS há 15 anos, com pressão de difícil controle e assintomático. Tabagista de 1 maço/dia e portador de stent farmacológico há 4 anos. Realizou uma criptorquidia aos 7 anos e uma cirurgia ortopédica há 25 anos. Utiliza os seguintes medicamentos de uso contínuo: Atensina 100 mg 2 X/dia, Atenolol 50 mg 2X/dia, Apresolina 50 mg 2X/dia, Norvasc 5 mg 2 X/dia, Renitec 5 mg 2X/dia, Clorana 25 mg 1 X/dia e AAS Prevent 100 mg 1X/dia. Apresentava exame físico normal.

Resultados

Exames complementares com ecocardiograma transtorácico com alteração do relaxamento miocárdico e aorta ascendente com dilatação discreta.Exames bioquímicos com aldosterona de 53,8 ng/dL(valor de referência: 1,8 – 23,2 ng/dL) renina < 0,3 ng/mL (valor de referência: 0,3 – 5,8 ng/mL), relação aldosterona/renina de 179,33 (valor de referênca:maior ou igual a 30), aldosterona na urina de 24 horas de 43,7 ug/dia (valor de referência: 1,2 – 28,1 ug/dia) e potássio de 4,1 mEq/L (valor de referência: 3,5 – 5,0 mEq/L). ). Ultrassom abdominal total e pélvico demonstra próstata de 42 cm3, cistos hepáticos, calcificação hepática sequelar e cisto exofítico de 1,4 cm no polo inferior do rim direito. Angiotomografia das artérias renais com discreto processo ateromatoso, discreta ectasia da aorta abdominal e das ilíacas comuns e dilatação associada a curtas dissecções do tronco celíaco e da artéria mesentérica superior.

Discussão e Conclusões

O HAP pode corresponder em até 10% da população hipertensa, fazendo com que esta entidade possa ser a causa mais comum de hipertensão arterial secundária e portanto, deve ser suspeitado em qualquer paciente hipertenso com uma PA de difícil controle. Dessa forma, a relação aldosterona/renina é fundamental para o rastreio de indivíduos com HAP, selecionando àqueles que requerem investigação adicional. O caso apresentado ressalta a importância de análise diagnóstica mesmo com potássio sérico normal, visto que é uma doença frequentemente subdiagnosticada.

Palavras Chave

Hiperaldosteronismo, HAP, hipertensão, aldosterona

Área

Hipertensão

Instituições

Faculdade de Medicina do ABC - São Paulo - Brasil

Autores

Raquel Landau, Mario Henrique Caliano, Andre Kataguiri, Ronaldo Roberto Bergamo, Daniel Rinaldi Dos Santos, Thiago Gomes Romano, José Victor De Paiva Franchi, Paulo Afonso Ribeiro