Dados do Trabalho


Título

ANALISE EPIDEMIOLOGICA DA INJURIA RENAL AGUDA NOS PACIENTES TRANSPLANTADOS DE ORGAOS SOLIDOS E MEDULA OSSEA.

Introdução

A Injuria Renal Aguda (IRA) no pós-operatório de transplantes de órgãos é uma complicação associada a longa permanência hospitalar, necessidade de terapia renal substitutiva (TRS), complicações infecciosas e aumento da mortalidade. O objetivo do estudo foi avaliar a incidência de IRA em pacientes submetidos a transplante cardíaco (TxC), pulmonar (TxP), hepático (TxH) e de medula (TMO) no Hospital de Base de São José do Rio Preto (HB).

Material e Método

Estudo retrospectivo, com análise dos prontuários de todos transplantados no HB durante os anos de 2017 e 2018, sendo excluídos os renais crônicos em TRS e os pacientes que foram a óbito durante a cirurgia de transplante ou nas primeiras 24 horas pós-operatória. IRA foi caracterizada pelo critério KDIGO de creatinina.

Resultados

Foram realizados ao todo 315 transplantes, sendo 15 TxC, 9 TxP, 120 TxH e 170 TMO. A incidência de IRA foi 100% nos TxC (n=15) e TxP(n=9), 85% no TxH (n=97) e 37% (n=63) no TMO (p < 0,01). A mortalidade geral foi TxC 33,3% (n=5), TxP 33,3% (n=3), TxH 34,2% (n=39) e TMO 8,2% (n=14) (p < 0,01). A mortalidade da IRA foi TxC 33,3% (n=5), TxP 25% (n=2), TxH 29,8% (n=29) e TMO 20,6% (n=13), p=NS. Comparando a mortalidade entre os pacientes do TMO que desenvolveram IRA (n=13) com o grupo sem IRA (n=1), houve diferença significativa, P<0,01. Também houve diferença significativa entre os grupos no percentual de pacientes com IRA KDIGO 1: TxC 60% (n=9), TxP 37,5% (n=3), TxH 18,5% (n=18) e TMO 53,9% (n=34), (p < 0,01), assim como nos casos de IRA KDIGO 3, sendo TxC 20% (n=3), TxP 37,5% (n=3), TxH 53,6% (n=52) e TMO 30,1% (n=19), (p < 0,01). A análise dos óbitos de acordo com a gravidade da IRA mostrou significância no TxH e TMO, respectivamente p<0,05 e p<0,01, sendo o maior percentual de óbitos na IRA KDIGO 3. Em relação a realização de TRS, 3 pacientes do TxC foram submetidos a hemodiálise, com sobrevida de 66,6%; no TxP (n=2) houve 100% de mortalidade; os pacientes TxH (n=30) obtiveram sobrevida de 53,3% e no TMO (n=7) foi 28,6%.

Discussão e Conclusões

A incidência de IRA nos transplantes de órgãos sólidos em nossa instituição foi elevada, variando de 85 a 100%, diferindo significativamente em relação ao TMO. Instalada a IRA, a mortalidade foi similar entre os diferentes transplantes. O TxH apresentou de modo significativo um maior número de IRA grave, conferindo também uma maior mortalidade no estágio KDIGO 3, assim como pacientes do TMO. Melhor cuidado perioperatorio é necessário a fim de minimizar a incidência de IRA e suas consequências.

Palavras Chave

Injuria renal aguda; transplante

Área

Lesão Renal Aguda

Instituições

HOSPITAL DE BASE / FAMERP - São Paulo - Brasil

Autores

LARA GARCIA FERNANDES PEREIRA, Daniela Nayume Maekawa, Victoria Caroline Pagelkopf, Milena Vizioli Cunha, Ana Carolina Nakamura Tome, Emerson Quintino Lima, Rodrigo José Ramalho