Protocolo gerenciado de manejo do doador de órgãos aumenta a taxa de aproveitamento de órgãos torácicos
No ano de 2015 o Brasil realizou 353 transplantes cardíacos e apenas 70 transplantes de pulmão com órgãos oriundos de doadores falecidos. A perda de órgãos transplantáveis provenientes de potenciais doadores falecidos devido a contra indicações médicas e parada cardíaca durante o processo de doação é bastante elevada e somados chega à 30%. A adoção de medidas que visem melhorar o manejo hemodinâmico e ventilatório pode significar um incremento significativo na taxa de doação por milhão de população. O objetivo é avaliar o efeito da aplicação de um protocolo gerenciado de manutenção de potenciais doadores falecidos de múltiplos órgãos na obtenção de órgãos torácicos.
Estudo quase experimental nas unidades de terapia intensiva (UTIs) de hospitais gerais de São Paulo, Goiás e Rio de Janeiro. O estudo se dividiu em duas fases: a fase 1 estendeu-se de janeiro de 2015 a dezembro de 2015, quando as medidas de manutenção do potencial doador eram instituídas a critério de cada hospital, sem orientações específicas quanto ao seu manejo. A Fase 2 desenvolveu-se entre janeiro de 2016 e dezembro de 2016, caracterizando-se pela implementação do protocolo gerenciado de manutenção do potencial doador falecido.
10 hospitais notificaram 178 casos viáveis para doação de múltiplos órgãos. Na fase 1 foram captados 03 corações e nenhum pulmão, perfazendo uma taxa de aproveitamento de órgãos torácicos de 3%. Na fase 2 foram notificados 343 casos viáveis , sendo que 136 tornaram-se viáveis para doação de múltiplos órgãos. Foram captados 14 corações e 10 pulmões, totalizando uma taxa de aproveitamento de órgãos torácicos de 17%.
Aumento na taxa de aproveitamento de órgãos torácicos para transplante em 14% no período de 1 ano nos hospitais.
Manutenção do Potencial Doador
Doação de Órgãos
Pulmão/Coração/Uti/Anestesia
Hospital Israelita Albert Einstein - São Paulo - Brasil
Priscilla Caroliny de Oliveira, José Eduardo Afonso Júnior, Renata Fabiana Leite, Heloísa Barbosa Paglione, Ana Cristina Carvalho de Matos