Quais são as evidências que suportam a necessidade de cuidado com as famílias que vivenciaram o processo de doação de órgãos?
Estudos sobre as questões psicossociais relativas à doação e transplante de órgãos tendem a se concentrar nas experiências de famílias doadoras ou receptoras, entretanto, pouco se sabe sobre quais os cuidados devem ser prestados às famílias que vivenciaram o processo de doação de órgãos após o término da cirurgia de captação. O objetivo é tecer considerações teóricas sobre os possíveis benefícios de um programa dedicado ao acolhimento de familiares que vivenciaram o processo de doação de órgãos; analisar as principais iniciativas internacionais voltadas para esta questão e avaliar a aplicabilidade de tais medidas.
Revisão Integrativa.
Foram selecionados 11 artigos, que foram categorizados por ano, autor, revista publicada e principais achados.
Ao imaginarmos que a morte tem significados diversos para diferentes pessoas, pensamos nas dificuldades morais em relação à tomada de decisão sobre a doação e qual seria seu impacto no cotidiano das famílias que decidem favoravelmente ou não pela doação dos órgãos de seus entes queridos. Neste contexto, a morte passa a apresentar outra possibilidade que, até então, não era comum em nossa sociedade, representando um novo paradigma sobre o valor do corpo após a morte. Por esse motivo, estudos preconizam o acompanhamento individualizado dos familiares de doadores, oferecendo-lhes um relacionamento de ajuda consistente, no sentido de atender às necessidades no momento de luto e perda. Os resultados sugerem haver benefícios na instituição de um programa que propicie o acompanhamento de famílias após vivenciarem o processo de doação de órgãos e tecidos.
Luto.
Doação de Órgãos.
Integralidade.
Multidisciplinar
Universidade Federal de São Paulo - São Paulo - Brasil
Priscilla Caroliny Oliveira, Samantha Mucci, Heloísa Paglione, Renata Fabiana Leite, Bartira de Aguiar Roza, Janine Schirmer, Lívia Kondrat