Meu ente querido não era doador de órgãos e tecidos: vivência de familiares de doadores falecidos na tomada de decisão.
A decisão familiar para declinar a doação, frequentemente, é norteada pela manifestação prévia do ente querido de não ser um doador após a morte. Esse motivo de recusa é cada vez mais frequente no cenário da doação de órgãos e tecidos para transplante. Portanto, o objetivo foi conhecer a vivência de familiares de doadores falecidos na tomada de decisão para recusar a doação, quando o ente querido manifestou em vida o desejo de não doar órgãos e tecidos para transplante após a morte.
Pesquisa qualitativa, com abordagem da Fenomenologia Social realizada em 2017, com 08 familiares de doadores falecidos.
As experiências dos familiares de doadores falecidos foram representadas pelas categorias: crenças relacionadas à doação de órgãos e tecidos, dificuldades e medos diante da morte do ente querido, conflitos na tomada de decisão e recusa da doação dos órgãos e tecidos. O significado da ação para recusar a doação dos órgãos e tecidos foi descrito pelas categorias: refletir e discutir posturas frente à doação, modificar atitudes, respeitar o desejo do ente querido e ficar em paz com a decisão tomada.
O conhecimento da vivência dos familiares para recusar a doação oferece subsídios aos especialistas em doação e transplante, que atuam em diferentes realidades, sinalizando estratégias para melhorar a assistência a esses familiares na entrevista familiar.
Família; Morte Encefálica; Obtenção de Tecidos e Órgãos; Transplante de Órgãos.
Multidisciplinar
HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE SÃO PAULO - São Paulo - Brasil
EDVALDO LEAL MORAES, LEONARDO BORGES BARROS SILVA, LUIS AUGUSTO SALES PILAN, PAULO ROBERTO GRADELLA, ELOISA APARECIDA AVELINO LIMA, JEAN BARROS GOMES, ALINE ROSALLES BEZERRA, NAIR CORDEIRO SANTOS PAIXÃO, ALEXANDRE CHAGAS SANTANA, NELLY MIYKI SHINOHARA IZUMI, APARECIDA JESUS GUARINO, SONIA REGINA THEODORO, MARCELO JOSÉ SANTOS