Título

Quais os principais motivos considerados importantes por famílias de doadores falecidos para recusar a doação de órgãos e tecidos para transplantes?

Introdução

A recusa familiar é uma das principais causas de não efetivação da doação de órgãos e tecidos no Brasil, em torno de 44%. Portanto, o objetivo do estudo foi conhecer os principais motivos de recusar familiar.

Material e Método

Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e retrospectivo. Os dados coletados permitiram levantar os motivos de recusa familiar de 355 doadores falecidos que passaram pelo processo de doação na Organização de Procura Órgãos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (OPO-HCFMUSP), no período de janeiro de 2013 a dezembro de 2015. A coleta de dados foi obtida do banco de dados da OPO-HCFMUSP, nos meses de janeiro a fevereiro de 2017.

Resultados

Os principais motivos apresentados pelas famílias de doadores falecidos para declinar a doação de órgãos e tecidos para transplantes foram: Meu ente querido não era doador de órgãos e tecidos, 29% (109 casos); Processo de doação demorado, 14% (48); Crença em milagre, 13% (46); Não especificado, 12% (43); Não acredita em morte encefálica, 10% (37); Não queria a manipulação do corpo, 08% (30); Insatisfação com a assistência hospitalar, 06% (20); Falta de consenso familiar, 05% (16); Não falou sobre doação em vida, 03% (13).

Discussão e Conclusões

Os resultados do presente estudo mostraram que a recusa baseada no desejo manifestado em vida do ente querido falecido de não ser doador de órgãos e tecidos foi o principal motivo apresentado pelas famílias, 29% dos casos. Sendo assim, há a necessidade de investigação em busca de respostas racionais para esse motivo de recusa, possibilitando oferecer ajuda aos familiares na tomada de decisão e oferecer elementos concretos para o especialista em doação e transplante no momento da entrevista familiar.

Palavras Chave

Obtenção de Tecidos e Órgãos; Transplante de Órgãos; Morte Encefálica; Família.