Impactos da espera em lista de transplante: o cotidiano dos potenciais receptores
Dados da Associação Brasileira de Transplante de órgãos (ABTO) demostra que no ano de 2016 foram realizados 22.489 transplantes. Apesar desse número expressivo, registrou-se, no mesmo ano, 34.542 pessoas na lista de espera de transplantes. A situação de espera exerce impactos negativos significativos sobre o bem-estar do paciente, afetando a probabilidade de cura e a natureza e a extensão das sequelas.
Revisão integrativa que objetivou identificar e sintetizar os estudos que versam sobre o cotidiano de pessoas em lista de espera de transplantes. Realizada em dez bases de dados com os descritores “transplantes”, “listas de espera”, “esperança”," incerteza," e "adaptação psicológica".
Na busca inicial, 75 artigos científicos foram encontrados. Após a aplicação dos critérios de exclusão, 6 artigos foram selecionados.
O período da espera pelo órgão é demarcado por medo, estresse, tristeza, esperança, incerteza e angústia. A espera é estressante e tediosa, tornando a experiência um tempo difícil. A esperança que previamente move o paciente, tende a se transformar em incerteza, devido à longa espera pelo órgão, sendo perceptível que a incerteza e a esperança caminham juntas no período de espera. As pessoas buscam manter o ânimo fortalecido por meio da interação com outras pessoas. A atenção e o apoio da equipe de saúde são fundamentais no auxílio aos pacientes para aceitarem a realidade, superarem as dificuldades e acionarem mecanismos de enfrentamento eficazes. Frente a medos e incertezas vivenciados durante a espera destaca-se a necessidade de uma assistência individualizada, da eficácia da comunicação/informação da atenção e apoio da equipe de saúde, familiares e amigos.
Transplantes; Listas de espera; Esperança; Incerteza; Adaptação psicológica.
Multidisciplinar
Universidade de Brasília - Distrito Federal - Brasil
Mariana Cristina da Silva Souza, Moema da Silva Borges, Tereza Cristina Cavalcanti Ferreira Araújo, Gleice Nascimento de Oliveira, Maria Cristina Soares Rodrigues