Título

EFEITO DA IRRADIAÇÃO NO AUMENTO DE PELE ALÓGENA DISPONIBILIZADA EM BANCOS DE TECIDOS

Introdução

O uso de aloenxertos de pele em pacientes queimados ajuda a diminui a taxa de mortalidade, proporciona proteção ao local da queimadura, reduz a desidratação e o risco de infecções. Entretanto, pode ser um potencial veículo transmissor de doenças infectocontagiosas, por isso os Bancos de Tecidos seguem normatizações rígidas. A irradiação é utilizada na redução da taxa de contaminação, pois permite a esterilização de tecidos contaminados.

Material e Método

Foi realizado estudo documental, retrospectivo, transversal com abordagem quantitativa, através dos prontuários de doadores de pele do Banco de Tecidos do Hospital das Clínicas de SP (2003 a 2015). Os dados analisados foram referentes às taxas de contaminação e o nº de lotes de tecidos irradiados, sendo calculada a taxa de recuperação de tecidos. Foram excluídas as amostras incompletas relacionadas aos resultados de cultura microbiológica do tecido pré e pós-irradiação.

Resultados

No período (2003-2015) foram captados 109 aloenxertos de pele com taxa de contaminação de 45% (49 aloenxertos de pele captadas). Destes 71% (35 aloenxertos) eram por micro-organismos Gram + ou fungos, passíveis de esterilização terminal por irradiação. Estes tecidos foram irradiados, e comprovadamente apresentaram culturas microbiológicas pós-irradiação negativas.

Discussão e Conclusões

No Banco de Tecidos ICHC adotamos a irradiação para esterilização complementar seguindo metodologia internacional. Os aloenxertos contaminados por bactérias Gram + são irradiados visando uma redução da carga microbiana, que são definidos pelo nível de garantia de esterilidade (SAL).
A irradiação permitiu que 32% dos aloenxertos de pele contaminados pudessem ser esterilizados e disponibilizado para transplante.

Palavras Chave

Aloenxertos, banco de tecidos, análise microbiológica, controle de qualidade