Título

Relação dos efeitos colaterais adversos e aderência ao tratamento imunossupressor no pós-transplante renal

Introdução

A frequência de efeitos colaterais dos imunossupressores é elevada e pode colaborar para não aderência (NA) ao tratamento. O objetivo do estudo foi identificar os efeitos colaterais adversos dos imunossupressores e avaliar a associação com aderência.

Material e Método

Estudo transversal, com 77 pacientes com mais de um ano pós TxR, avaliados de 10/2015 a 02/2016. O diagnóstico de NA aos imunossupressores foi realizado pela triangulação de métodos (Escala BASEL para Avaliação da Aderência a Medicamentos Imunossupressores - BAASIS e opinião dos profissionais) e os efeitos colaterais foram identificados pelo Questionário Modificado Sobre a Ocorrência de Sintomas e Sobre Sintomas Incômodos (MTSOSD-R 59).

Resultados

A idade média era de 48,5±12,5 anos e 63,6% eram masculinos. O tempo pós-TxR foi de 112±50,5 meses e a creatinina média era 1,9± 0,9mg/dl. 42,9% dos pacientes foram considerados não aderentes e 93,5 % apresentaram algum tipo de efeito colateral. Os efeitos colaterais mais frequentes em pacientes não aderentes foram os gastrointestinais (48,5% vs. 25,0%, p=0,03) e os comportamentais/neurológicos (84,8% vs. 61,4%, p=0,02). Os efeitos dermatológicos, dor, hídricos e sexuais não foram diferentes. Os efeitos gastrointestinais mais frequentes foram flatulência (15,6%), anorexia (13,0%) e constipação (10,4%) e os comportamentais/neurológicos foram desânimo (22,1%), problemas no sono (20,8%) e cansaço (20,8%).

Discussão e Conclusões

Os efeitos colaterais foram frequentes e os relacionados a NA foram os gastrointestinais e os comportamentais/neurológicos. É fundamental que profissionais e pacientes conheçam tais efeitos para que possam estabelecer estratégias em conjunto para manutenção do tratamento adequado.

Palavras Chave

Transplante renal. Imunossupressão. Efeito colateral. Aderência

Área

Enfermagem