Título

Mensuração da Adesão aos Medicamentos Imunossupressores em Pacientes Pediátricos no Pós-Transplante Renal

Introdução

A não-adesão(NA) aos imunossupressores é importante fator de risco para desfechos desfavoráveis o transplante renal(TR). Apesar dos pacientes pediátricos estarem sob maior risco para este comportamento não dispomos, porém de estudos em populações brasileiras. Objetivamos avaliar a prevalência e fatores associados a NA aos medicamentos imunossupressores em crianças submetidas a TR.

Material e Método

Foi desenvolvido um estudo observacional e transversal de único centro. Incluímos na amostra, por conveniência, pacientes ambulatoriais com tempo pós TR mínimo de 4 semanas, num total de 156 indivíduos. A adesão aos imunossupressores foi avaliada pela Escala Basel Para Avaliação de Aderência a Medicamentos Imunossupressores (BAASIS) que avalia as quatro dimensões mais frequentes de NA - esquecimento, atraso (>2h), "feriados" (esquecimento por dias consecutivos) e redução da dose. Foram avaliados fatores de risco demográficos e relacionados ao tratamento.

Resultados

61% eram masculinos, a média de idade foi 13,6+3,1 anos e 77% eram adolescentes. 84% receberam TR de doador falecido e 55% tinham renda até dois salários mínimos. 33,3% dos pacientes foram classificados como não aderentes. A dimensão mais comum de não adesão foi o atraso por mais de 2 horas (75%), seguido esquecimento (32,7%) e "feriados" (19,2%). Dos potenciais fatores de risco, maior tempo pós TR, religião espírita e tipo de transporte para acesso ao tratamento foram associados a não adesão.

Discussão e Conclusões

Nesta amostra com predomínio de adolescentes, o comportamento de não adesão foi encontrado em um terço dos pacientes. Este estudo inédito reforça a necessidade de elaboração de estratégias, visando à redução deste comportamento de risco e melhora dos resultados.

Palavras Chave

Adesão à medicação; Transplante de Rim; Enfermagem Pediátrica.