Percepções de pessoas transplantadas sobre o uso de álcool: um estudo sobre transplante hepático
O transplante hepático visa restabelecer a saúde e a qualidade de vida do candidato ao tratamento. Para os que têm etiologia alcoólica, o procedimento exige ao menos seis meses de abstinência da droga antes da cirurgia e total após ela. O estudo visou analisar a percepção de transplantados sobre o uso do álcool antes e após o transplante, com base nos dados iniciais da dissertação de mestrado da autora (em andamento) referente aos fatores relacionados à manutenção da abstinência alcoólica no pós-transplante hepático.
A amostra foi composta de quatro participantes, todos do sexo masculino, de um Centro Transplantador de Brasília. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa de análise de conteúdo a partir de entrevistas semiestruturadas, com delineamento transversal, descritiva e exploratória com amostra por conveniência.
Foram levantadas três categorias a partir das análises das entrevistas, referentes às percepções de dois grupos, recaída (n=2) e não recaída (n=2). 1) beber antes do transplante ; 2) beber depois do transplante, e 3)recaída alcoólica. Todos os entrevistados tinham a percepção de que o uso do álcool após o transplante constitui um comportamento prejudicial à saúde. Há compreensão do tratamento, porém outras variáveis, como conflitos familiares e baixo repertório psicológico para o enfrentamento de crises influenciaram na decisão de voltar a beber, mesmo que por lapso.
No geral, ambos os grupos tem percepções parecidas sobre o uso do álcool e relataram a família como principal suporte para cessar o uso do álcool e manutenção desse comportamento, como também a identificaram como fator de risco para a recaída, no que tange aos conflitos familiares.
Psicologia; Transplante Hepático; Álcool; Recaída.
Multidisciplinar
Instituto de Cardiologia do Distrito Federal - Distrito Federal - Brasil
Heidmilene Gonçalves Rocha