Título

Daclatasvir e sofosbuvir com ou sem ribavirina em transplantados de fígado: um estudo de vida real

Introdução

O tratamento com regimes livres de interferon é o recomendado para a recidiva de hepatite crônica C após o transplante de fígado. Os dados relativos aos resultados do tratamento nesta população são limitados. Estão disponíveis em nosso meio os regimes com sofosbuvir ou simeprevir acrescidos de daclatasvir por 12 semanas. O simeprevir tem a desvantagem de interagir com inibidores de calcineurina. A adição de ribavirina é recomendada nas publicações de consenso internacionais, sem evidências sólidas para a suportar.

Material e Método

Apresentamos os resultados de uma coorte histórica com regimes livres de interferon em transplantados de fígado. Todos pacientes são monoinfectados pela hepatite C e receberam sofosbuvir e daclatasvir com ou sem ribavirina, seguido de teste de carga viral com sensibilidade menor que 12 UI/ml após 12 semanas.

Resultados

Um total de 20 pacientes receberam daclatasvir-sofosbuvir e 4 receberam daclatasvir-sofosbuvir-ribavirina. A resposta virológica sustentada foi obtida em 16 de 20 pacientes (80%) que receberam o regime duplo e em todos os 4 pacientes (100%) que receberam o regime com ribavirina. A maioria (72,7%) dos pacientes tinha genótipo 3. Dos pacientes tratados com sofosbuvir e daclatasvir e submetidos a biópsia, o grau de fibrose foi: perivenular (n=1), 0 (n=2), 1 (n=7), 2 (n=1), 3 (n=1), 4 (n=2), e não avaliado ou biopsiado mais de 1 ano antes do tratamento (n=6). Os dois pacientes biopsiados no regime triplo tinham cirrose (grau 4)

Discussão e Conclusões

Nossa amostra teve uma prevalência maior de genótipo 3 e a maioria não tinha fibrose avançada. O acréscimo de ribavirina poderá aprimorar os resultados do tratamento com o regime de daclatasvir e sofosbuvir nestes pacientes imunossuprimidos.

Palavras Chave

Transplante de Fìgado, Hepatite C Crônica, Tratamento