Acompanhamento de doadores renais: resultados e desafios
O acompanhamento clínico do doador renal foi garantido por lei a partir de 2009, mas até o momento não existe um registro brasileiro de doadores de rim. A divulgação das experiências de cada centro transplantador se faz necessária para comparação com dados de outros serviços. Descrevemos o acompanhamento de doadores renais em um único centro, com foco nas dificuldades do seguimento.
Estudo transversal, descritivo de dados demográficos, função renal, controle pressórico e frequência em consultas de pacientes doadores renais atendidos entre janeiro de 2009 e dezembro de 2016.
Foram estudados113 doadores de 124 cadastrados, com idade 51±10,6 anos e peso 70±14,3 kg, sendo 58% mulheres. A média de pressão arterial sistólica foi 131±17,8, e diastólica 83,5±10,9 mmHg, com 38% de doadores hipertensos. A creatinina mediana foi 1,04 mg/dL (variando de 0,6 a 1,8 mg/dl), com mediana da taxa de filtração glomerular de 67 ml/min/1,73m² (variando de 36 a 143 ml/min/1,73m²), porém com 31,8% dos doadores com valores <60 ml/min/1,73m². Registramos média de 34 consultas por ano, 45,1% dos pacientes compareceram a somente 1 consulta, 31,8% a 5 ou mais consultas, e apenas 9,7% compareceram a 7 ou mais consultas durante o período do estudo.
Apesar da disponibilização do seguimento anual aos doadores renais, a aderência destes às consultas é muito baixa, sendo necessárias medidas imediatas para se fomentar o acompanhamento ambulatorial. A divulgação destes dados pode viabilizar a comparação com os de outros serviços no Brasil.
Doador renal. Transplante renal. Acompanhamento.
Rim
Universidade Federal de Juiz de Fora - Minas Gerais - Brasil
Luciane Senra de Souza Braga, Moisés Carminatti, Aline Rios Freitas de Almeida, Elisa de Oliveira Marsicano, Fabiana Oliveira Bastos Bonato, Hélady Sanders-Pinheiro