TRATAMENTO COM ESTRADIOL REDUZ INFLAMAÇÃO PULMONAR INDUZIDA PELA MORTE ENCEFÁLICA EM RATAS
Estudos evidenciam o efeito da morte encefálica (ME) na viabilidade do órgão e maior risco em transplantar pulmões de mulheres para homens. Ainda após a ME a inflamação pulmonar em fêmeas está associada à queda aguda de estradiol (E2). Avaliar os efeitos do tratamento com E2 na inflamação pulmonar de ratas após a ME.
Ratas Wistar foram submetidas à ME por insuflação rápida de balão intracraniano. As ratas constituíram os grupos: FO (falso-operado); ME; tratadas com E2 (50μg/mL i.v. 2mL/h) logo após a ME (E6) ou após 3h da indução da ME (E3). Avaliaram-se: a permeabilidade vascular pulmonar (PVP) por extravasamento do corante azul de Evans, o leucograma, as células do lavado broncoalveolar (LBA) e os mediadores VEGF, IL-1β e IL-10 em homogenatos do pulmão.
Houve aumento do número de leucócitos no LBA após a ME, reduzindo-se o seu número após tratamento com E2 (FO: 18±2; ME: 37±6: E6: 14±3; E3: 18±5 x105 células/mL; p=0,0044). Houve leucocitose após a ME e E2 preveniu este aumento. Contudo, E2 não afetou o aumento da PVP induzida pela ME (FO: 81±8; ME: 255±70; E6: 163±23; E3: 231±70 μg/mg peso seco; p=0,04). VEGF pulmonar aumentou após a ME, sem efeito do E2 (FO: 228±26; ME: 481±53; E6: 390±52; E3: 470±83 pg/mL/g, p=0,04) e IL-1β e IL-10 reduziram-se após E2 (IL-1β- FO: 652±276; ME: 1.979±233; E6: 443±104; E3: 762±194 pg/mL/g; p=0,0005; IL-10- FO: 42±20; ME: 113±14; E6: 36±11; E3: 59±12 pg/mL/g; p=0,006).
Os resultados indicam que o tratamento com E2 após a ME reduziu a inflamação pulmonar, por meio da modulação do trafego leucocitário, e a liberação local de citocinas.
Morte encefálica, pulmão, hormônios sexuais femininos, estradiol, rato.
Pulmão/Coração/Uti/Anestesia
Instituto do Coração - Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo - São Paulo - Brasil
Roberto Armstrong Junior, Fernanda Yamamoto Ricardo-da-Silva, Larissa Juliana de Lima Basilio, Marina Vidal dos Santos, Sueli Gomes Ferreira, Paulina Sannomiya, Luiz Felipe Pinho Moreira, Ana Cristina Breithaupt-Faloppa