Título

Fatores de risco associados ao bloqueio da drenagem venosa hepática no transplante de fígado intervivos pediátrico

Introdução

O bloqueio da drenagem venosa hepática (BDVH) pós-transplante de fígado é uma complicação incomum, porém com consequências possivelmente graves. O objetivo deste estudo é identificar os fatores de risco relacionados ao BDVH no transplante hepático intervivos pediátrico (THIP).

Material e Método

Análise retrospectiva de 636 transplantes intervivos com segmento lateral esquerdo (SLE) ou lobo esquerdo (LE), realizados entre 1995 e 2016. Pacientes identificados com BDVH foram analisados e comparados com os pacientes sem problemas de drenagem, analisando-se dados demográficos e técnicos; análise estatística foi realizada para a identificação dos possíveis fatores de risco.

Resultados

Dos 636 casos estudados (SLE=86.3%), 11 (1.73%) foram identificados com BDVH. Não foram observadas diferenças estatísticas entre os grupos em relação aos dados demográficos (medianas deste estudo: idade= 13.4 meses, peso=8.3 Kg, relação enxerto/peso do receptor=3.19%). Pacientes identificados com BDVH apresentavam enxertos com maior número de veias hepáticas (70% com mais de uma veia hepática no grupo com BDVH versus 29.5% no grupo sem complicações, p=0.009) e foram submetidos mais frequentemente a plastia das veias hepáticas durante o back-table em comparação ao grupo sem complicações (70% versus 20.3% respectivamente, p<0.001). A sobrevida dos pacientes com BDVH foi significativamente menor (p=0.02).

Discussão e Conclusões

No THIP com enxertos de SLE ou LE, o número de veias do enxerto e a necessidade de plastia das veias hepáticas no back-table são fatores de risco para o BDVH. Apesar da baixa incidência de BDVH neste estudo, a sobrevida dos pacientes foi significativamente reduzida por esta complicação.

Palavras Chave

Transplante hepático intervivos
Transplante pediátrico