Transplante renal em pacientes com glomeruloesclerose focal e segmentar (GESF)
GESF é causa frequente de transplante renal (Tx), especialmente em jovens, mas sua alta taxa de recorrência tem impacto negativo na sobrevida de paciente e enxerto. Objetivo: Avaliar a evolução de Tx em GESF, incidência de recidiva e fatores de risco.
Estudo retrospectivo. Critérios: Inclusão: GESF confirmada por biopsia (bx), idade ≥ 14 anos, sobrevida de enxerto ≥ 3 meses. Exclusão: perda precoce de enxerto por trombose ou óbito, GESF sem bx, GESF em rim único. Dados demográficos, evolução de proteinúria, bx pós tx, perda de enxerto e óbito do paciente foram coletados dos prontuários médicos.
De 109 Tx por GESF entre 1984 e 2014, 34 não preencheram os critérios de inclusão. Os 75 avaliados eram na maioria homens (62,6%), receptores de rim de doador falecido (68%) com idade de 32,6 ± 12,2 anos, recebendo associação de ciclosporina com micofenolato (60%). Perda de enxerto ocorreu em 33 casos, sendo 17 (51,5%) por recidiva de GESF. Comparados àqueles com rim funcionante, o grupo com perda de enxerto, independente da causa, era mais jovem, com proteinúria mais precoce e mais elevada. Entre os pacientes com rim funcionante (n=42), GESF recorreu em 4 casos (9,5%), manifesta por proteinúria na 1a. semana pós Tx. Bx renal precoce (D7 a D10 pós tx) dos pacientes com GESF mostrou fusão de pedicelos, à eletrônica, apenas naqueles com recidiva. Não identificamos fatores de risco para perda de enxerto ou recidiva de GESF nesta série.
Recidiva de GESF foi de 28%, semelhante à literatura, considerando a maioria de Tx de doador falecido. Pelo desenho do estudo, não foi possível identificar fatores de risco para recorrência ou perda de enxerto. Fusão de pedicelos, na biopsia precoce, foi observada apenas no grupo com recidiva.
GESF, tx renal, biopsia renal, pedicelos
Rim
UNICAMP - São Paulo - Brasil
Carolina Gabriela Mendes, Carla Feitosa do Valle, Leonardo Figueiredo Camargo, Marcos Vinicius Sousa, Gabriel Giollo Rivelli, MARILDA MAZZALI