Título

LIGADURA DA VEIA RENAL ESQUERDA NO TRANSPLANTE HEPÁTICO. ANÁLISE DE 50 CASOS E SEU IMPACTO SOBRE A FUNÇÃO RENAL

Introdução

A presença de grandes shunts esplenorrenais espontâneos(SERE) representa fator de risco ao fluxo portal e de disfunção do enxerto pós-Transplante Hepático(TH). A ligadura da veia renal esquerda(LVRE) é alternativa aceita quando a interrupção destes shunts faz-se necessária durante o TH. Na literatura, apenas séries pequenas ou alguns relatos de casos são descritas com a LVRE.

Material e Método

Realizou-se análise retrospectiva de 50 casos de LVRE de 2010 a 2016 e seus resultados foram comparados a grupo controle contemporâneo de outros 50 casos SEM LVRE com nível de significância de 0,05.

Resultados

O Grupo LVRE teve média de idade de 48,3 anos, sendo 33(66%) do sexo masculino e as principais etiologias da doença foram: vírus C-12(24%), vírus B-9(18%) e álcool-8(16%). A presença de SERE foi confirmada no pré-operatório em 36 casos(72%) por algum método de imagem. Em 12(24%) pacientes, a trombose de porta estava presente e a trombectomia cirúrgica foi necessária em 9(18%). Comparando-se os grupos COM e SEM LVRE, respectivamente, não houve diferença quanto ao MELD (21 em ambos,p:0,74), creatinina no PO7(1,59 x 1,74,p:0,84), creatinina na alta(1,24 x 1,43,p:0,43) e necessidade de diálise pós-TH(30% x 28%,p:0,82). A trombose de porta pós-TH, a sobrevida de paciente e enxerto em 1 ano também foram semelhantes entre os dois grupos,4% x 0%(p:0,15), 78% x 82%(p:0,61) e 74% x 82%(p:0,33),respectivamente.

Discussão e Conclusões

A LVRE mostrou-se manobra técnica simples e eficiente para incremento do fluxo portal nos TH de pacientes com grandes SERE, determinando índice de trombose de porta baixo e comparável aos pacientes sem este grave fator de risco. O emprego da LVRE não mostrou prejuízo à função renal dos pacientes quando comparado ao grupo controle SEM esta manobra técnica.

Palavras Chave

Transplante Hepático
Ligadura Veia Renal

Área

Fígado