Comparação da frequência de disfunção tireoidiana em pacientes antes a após transplante hepático
Há diversos trabalhos na literatura relatando o aumento na incidência de disfunção tireoidiana (DT) em pacientes submetidos a transplante e nos portadores de diabetes mellitus (DM). O objetivo deste trabalho foi comparar a proporção de pacientes com diabetes mellitus (DM) com disfunção tireoidiana antes e após o transplante.
Estudo retrospectivo envolvendo entrevista e análise de prontuário médico de 46 pacientes consecutivos atendidos no ambulatório multidisciplinar de Diabetes Mellitus pós Transplante Hepático do Hospital de Clínicas da UNICAMP.
Dos 46 pacientes, 76,1% eram homens, com mediana de idade e tempo de Tx de 60 e 5 anos, respectivamente. A principal causa de Tx foi cirrose por vírus da hepatite C (69,6%), seguida do uso abusivo de álcool (19,6%). Hipertensão arterial sistêmica, hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia, etilismo e tabagismo estavam presentes em 47,8%, 34,8%, 23,9%, 34,8% e 30,4% dos pacientes, respectivamente. A mediana (intervalo) de TSH pós Tx foi de 2.78UI/L (1,12-11,6), sendo de 2,15UI/L (1,14-11,27) nas mulheres e 3,39UI/L (1,12–4,41) nos homens. As frequências de DT antes após o Tx foram de 4,3% e 13% respectivamente. A frequência de DT pré Tx em mulheres foi de 9.1% e em homens 2.9%. Já no pós Tx, houve 18,2% de DT em mulheres e 11.8% em homens. O aumento proporcional na frequência de DT foi de 100% no sexo feminino e 406% no sexo masculino.
A frequência de DT pré Tx é alta principalmente em mulheres e aumenta cerca de 3 vezes após o transplante. Contudo, o aumento na freqüência de DT após o Tx é proporcionalmente maior no sexo masculino, no qual torna-se quatro vezes mais frequente.
Disfunção Tireoideana
Transplante de Fígado
Fígado
Unicamp - São Paulo - Brasil
Cinthia Minatel Righetto, Adriana Russo Fiore, Ticiane Gonçalez Bovi, Luciana Teixeira Lot, Elaine Cristina de Ataide, Arnaldo Moura Neto, Ilka Fatima Santana Ferreira Boin