RECUSA FAMILAIR: A RECONSIDERAÇÃO DA FAMILIA FRENTE À NOVA ABORDAGEM SOBRE A DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS
O Brasil é o segundo país no mundo em número de transplantes, segundo o Ministério da Saúde e o Registro Brasileiro de Transplantes (RBT). Porém, a demanda por transplantes aumenta em escala maior que a efetivação de doações, sendo a quantidade insuficiente de órgãos um dos maiores obstáculos. Como a obtenção de órgãos e tecidos para transplante está diretamente atrelada ao consentimento familiar, a não autorização da doação limita a efetivação dos transplantes. A recusa familiar, é passível de modificação com medidas educativas e informativas em um cenário onde a doação é socialmente reconhecida como gesto de altruísmo e solidariedade.
Estudo retrospectivo e descritivo, que identifica os principais motivos de recusa familiar frente a doação de órgãos e tecidos, entre janeiro e dezembro de 2014 na OPO - EPM.
Neste período foram notificados 444 casos de potenciais doadores, sendo que 409 famílias foram entrevistadas por um profissional capacitado do serviço. Destas, 150 famílias recusaram a doação (37% das famílias abordadas). Em 2014, os principais motivos para a “não autorização” de doação foram: Não ser doador em vida (33%), Familiares não aceitarem o diagnóstico de Morte Encefálica (12%), Conflito familiar (11,3%) e tempo longo do processo de doação (10,6%).
Segundo o RBT, não houve uma diminuição significativa nas taxas de recusa familiar há, pelo menos, 5 anos, havendo direta correlação à falta de consciência do público sobre a necessidade de transplantes de órgãos. Frente ao exposto, mostra-se necessário um estudo que identifique falhas no processo de abordagem familiar através da visão deste público, para que se estabeleça as necessidades de melhoria em todo o processo.
Entrevista familiar; Recusa familiar; Doação de órgãos; Abordagem familiar.
Enfermagem
HOSPITAL DO RIM E HIPERTENSÃO - São Paulo - Brasil
LAIS MORAES GASPAROTO, RICARDO VICTOR FELIX DA SILVA, JOSE MEDINA PESTANA