Título

Uso de linfócitos do sangue periférico para crossmath com doador falecido

Introdução

O tempo para a realização dos exames de histocompatibilidade com doador falecido (D) é uma questão crítica porque impacta no tempo de isquemia fria. O objetivo deste trabalho foi testar a possibilidade de realizar a prova cruzada (XM) com linfócitos do sangue periférico (SP) utilizando o mesmo material que é enviado para a tipificação HLA (sangue com ACD), com o intuito de diminuir o tempo para a entrega dos resultados finais do XM.

Material e Método

Linfócitos T e B do SP foram separados por seleção positiva com beads magnéticas. O XM foi realizado por CDC, com o mesmo protocolo utilizado com linfócitos de linfonodos (LN) ou baço. Os tempos entre a chegada ao laboratório da lista de possíveis receptores (R) e a liberação dos resultados de XM foram comparados entre casos em que o XM foi realizado com linfócitos de LN ou baço (série histórica de 666 listas de R geradas entre 01/01/2016 e 20/03/2017) e com linfóci

Resultados

Testes iniciais de separação de linfócitos T e B em 17 amostras de SP mostraram suspensão adequada em número e viabilidade em 100% das preparações de linfócitos T e em 88% das de linfócitos B. A média e a mediana históricas do tempo entre as chegadas da lista e dos LN e baço do doador foram 10h35 (00h00 - 23h23) e 11h30, respectivamente; a média e a mediana do tempo entre a chegada dos LN e baço e a liberação do resultado dos XMs foram 06h07 e 05h41, respectivamente. Nas 22 listas em que o XM foi realizado com SP, os resultados foram liberados antes da chegada de LN e baço do doador, o que resultou em um ganho médio de 10h03 (6h15 a 12h10) em relação ao tempo médio histórico.

Discussão e Conclusões

O uso de linfócitos do sangue periférico para XM com DF é viável e possibilita redução considerável no tempo de isquemia fria.

Palavras Chave

XM doador falecido; sangue periférico