Título

Impacto da trombose de veia porta na sobrevida e função do enxerto hepático

Introdução

A trombose de veia porta constitui um desafio técnico para a realização do transplante de fígado.A prevalência da trombose de veia porta nos pacientes com cirrose tem se revelado maior do que previamente se imaginava, e com frequência a trombose não é detectada nos exames de imagem pré-operatórios, sendo diagnosticada somente no momento do transplante hepático. Embora não constitua mais uma contra-indicação absoluta à realização do transplante hepático, a trombose de veia porta pode trazer consequências graves ao reduzir o fluxo sanguíneo para o enxerto hepático no momento da reperfusão, ocasionando isquemia e aumentando o risco de disfunção do enxerto. Nosso estudo tem por objetivos avaliar a prevalência da trombose de via porta nos pacientes transplantados de fígado no Distrito Federal e o impacto da trombose sobre o enxerto hepático e a sobrevida do receptor.

Material e Método

Foi feita a análise retrospectiva dos prontuários dos 269 pacientes transplantados no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal no período de Janeiro de 2012 a Janeiro de 2017.

Resultados

Nos pacientes submetidos a transplante que não apresentavam trombose de veia porta (231- 86,2% dos pacientes), ocorreram 9 óbitos em até 30 dias do transplante (3,8%), enquanto no grupo da trombose de veia porta (37 -13,8%) ocorreram 4 óbitos (10,8%). Dos pacientes sem trombose, 7 (3%) evoluíram para retransplante e 51 (22%) necessitaram de hemodiálise, comparados a 4 retransplantes (10,8%) e 15 pacientes que fizeram hemodiálise (40,5%) no grupo da trombose de veia porta. Analisamos também o pico de transaminases, média de permanência em unidade de terapia intensiva e coagulograma dos dois grupos.

Discussão e Conclusões

A trombose de veia porta está relacionada a maior mortalidade e disfunção renal no pós-operatório.

Palavras Chave

Transplante Hepático, Trombose de Veia Porta

Área

Fígado