ENTREVISTA FAMILIAR PARA DOAÇÃO DE ÓRGÃOS: POSSIBILIDADES PARA ALÉM DO LÓCUS INSTITUCIONAL
A doação de órgãos e tecidos para transplante tem a família como fator central, pois a legislação vigente impõe a ela e ao responsável legal, o poder de decisão sobre a autorização de doação dos órgãos e tecidos de seu familiar falecido para fins terapêuticos.
Estudo descritivo do tipo relato de experiência de uma entrevista familiar realizada in loco domiciliar de um potencial doador, de um hospital geral do noroeste do Paraná.
Diante do processo de morte encefálica de um potencial com 59 anos, residente em município distante a 60 km do Hospital de Internamento, a Comissão Intra Hospitalar de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) realizou uma ação inédita. A única responsável legal, a mãe idosa, sem condições físicas e emocionais, não se deslocou ao Hospital para a obtenção de informações acerca do estado clínico de seu filho. Fez-se necessário, sob o apoio de familiares colaterais, o deslocamento de duas entrevistadoras a uma visita domiciliar, para in loco comunicar os fatos relacionados e informar quanto a possibilidade de doação de órgãos e tecidos. Esta ação resultou, além de uma maior compreensão da mãe acerca do óbito do filho, consentimento familiar para doação e o cumprimento legal de garantir uma adequada entrevista familiar, respeitando as limitações da família.
Para que a CIHDOTT cumpra seu papel de garantir uma adequada entrevista familiar e atenda a meta estipulada pela Organização de Procura de Órgãos de entrevistar 100% dos casos viáveis, é necessário transcender as alternativas práticas comum. Diante das dificuldades no processo, tal como a ausência do familiar responsável legal na instituição, há que considerar e avaliar, por exemplo, uma visita domiciliar como opção resolutiva.
Obtenção de Órgãos e Tecidos; Entrevista Familiar.
Enfermagem
SANTA CASA DE PARANAVAÍ - Paraná - Brasil
ALINE BARBIERI, ANDREZA MARA CAMPOS DE MELO, GISLAINE FUSCO DUARTE, MARCIA ANGELO DOS SANTOS, REGIMARA DOS ANJOS