Título

Anastomose Renoportal no Transplante Hepático: Relato de 2 casos

Introdução

A trombose extensa do sistema portoesplenomesentérico apresenta grande dificuldade para a realização do transplante hepático, visto que a veia porta trombosada do receptor não apresenta fluxo adequado para a perfusão do enxerto hepático. Nestes casos, uma manobra possível é a confecção de anastomose entre a veia porta do enxerto com a veia renal esquerda do receptor. Relatamos dois casos de anastomose renoportal realizados no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF).

Material e Método

Revisão dos prontuários dos pacientes submetidos a transplante hepático no ICDF.

Resultados

Ambos os pacientes apresentavam trombose extensa da circulação portal e mesentérica, eram do sexo masculino, sendo um de 21 anos, portador de hepatite auto-imune e síndrome hepatopulmonar, apresentando rejeição celular moderada no 12 pós-operatório (PO), sendo então submetido a dois ciclos de pulsoterapia com metilprednisolona com melhora importante dos parâmetros laboratoriais. Realizou endoscopia digestiva com regressão das varizes esofágicas. O segundo paciente, de 42 anos, portador de esteatose não-alcoólica, apresentou 2 biópsias com rejeição moderada no 15 PO e 57 PO, tratado com 3 ciclos de pulsoterapia no total. Apresentou necessidade de hemodiálise por 6 dias na internação do transplante e posteriormente foi reinternado por colite intensa, realizando diálise por mais 18 dias. A endoscopia demonstrou regressão das varizes esofágicas.

Discussão e Conclusões

Os pacientes submetidos a anastomose renoportal nos casos descritos apresentaram boa função do enxerto no pós-operatório, porém chama a atenção a ocorrência de rejeição precoce em ambos os casos, pondendo estar relacionada à exclusão parcial da circulação mesentérica. Ambos tiveram regressão importante da hipertensão portal e das varizes esofágicas e gástricas.

Palavras Chave

Renoportal, fígado