Avaliação da mortalidade após o transplante renal
A principal causa de perda de enxerto após transplante renal(TxR) em nossa população é óbito com rim funcionante (45%). A principal causa de óbito é infecciosa. A compreensão dos fatores de risco para essa mortalidade é fundamental para a melhor seleção de candidatos e acompanhamento pós TxR.
Trata-se de um estudo de caso-controle retrospectivo, centro único, comparando os dados demográficos e clínicos de pacientes que morreram com um grupo controle pareado de receptores de TxR que não morreram nos primeiros 5 anos após o txR.
O grupo óbito apresentou mais diabetes mellitus (DM) (29%x18,5%, p= 0,026), maior tempo em diálise (53,9±41,5 x 36,9±31,0, p<0,001), maior incidência de função tardia do enxerto (41,3%x29%, p=0,012), maior densidade de visitas ao centro (1,48±1,32 x 0,76±0,41, p<0,001), maior densidade de dias hospitalizados (12,69±32,71 x 2,78± 16,26, p<0,001) e maior número de eventos adversos (704x408). Análise univariada identificou como variável independente de risco de óbito: tratamento da doença crônica (preventiva, hemodialítica, peritoneal); tempo em diálise; DM; ocupação (desempregado, empregado); função tardia enxerto; densidade de visitas ao centro; densidade de dias hospitalizados e hospitalização. As variáveis na análise multivariada foram o tempo de diálise, densidade de visitas ao centro e dias hospitalizados.
A principal causa de óbito é infecciosa (52,5%). A causa cardiovascular é a segunda mais prevalente (17,3%). Dentre os fatores de risco para óbito, as condições pre TxR (tempo em diálise, DM) somadas a complicações pós Tx (causas de reinternações), contribuem para o desfecho e portanto seleção de candidatos e intervenções mais precoces podem ser potenciais parâmetros para futuras melhorias das sobrevidas.
fator de risco; mortalidade
Rim
Hospital do Rim - Disciplina de Nefrologia - UNIFESP - São Paulo - Brasil
Priscila Ruppel, Claudia Felipe, Helio Tedesco-Silva, José Medina-Pestana