Mortalidade e acesso ao transplante na diferentes doenças hepáticas
O sistema Meld de alocação segue os princípios de equidade e justiça para distribuição de órgãos. Porém não considera as diferentes características de cada doença hepática como fator prognóstico.
OBJETIVO Estudar mortalidade e acesso ao transplante nas diferentes classes de doença hepática
Foram estudados todos os 479 pacientes em lista de espera para Tx de fígado do HCFMUSP do período de agosto de 2015 a agosto de 2016 de forma prospectiva. Foram excluídos 2 pacientes por idade menor que 18 anos e 12 com o diagnóstico de hepatite aguda grave, restando 465.
Os diagnósticos mais freqüentes em lista foram VHC (26,9%), álcool (25.9%) e criptogência (10,8%), seguidos de NASH, auto-imune e VHB. As doenças biliares conjuntamente corresponderam a 10.8%. O óbito em lista foi mais freqüente dos doentes com NASH (69%), e álcool (42,5%) (p<0.001). Pacientes com doenças virais foram mais transplantados que os demais (34.9%) (p=0.07). O tipo de diagnóstico foi significativamente relacionado ao desfecho do doente (óbito em lista, remoção, transplante e manutenção em lista) (p<0.001), sendo que doentes com NASH foram mais freqüentemente removidos de lista por MELD mínimo (23,1%) e doentes biliares permaneceram em lista em 34% dos casos.
Nossos resultados mostram ainda a alta prevalência do VHC em lista, o que tende a mudar com os novos tratamentos. As doenças virais provavelmente tiveram maior acesso ao transplante devido à relativa prioridade do CHC. Devemos considerar a gravidade dos doentes com NASH e álcool. No estudo um tempo de observação maior poderia encontrar maior mortalidade nos doentes biliares, que permaneceram mais em lista.
Cirrose hepática
Mortalidade
Transplante de fígado
Fígado
HCFMUSP - São Paulo - Brasil
Rodrigo Bronze Martino, Vanessa Borges Santana Inoue, Ana Paula Moura Dias, Luciana Haddad, Wellington Andraus, Liliana Ducatti Lopes, Adriana Cortez Rizzon, Luiz Augusto Carneiro D'Albuquerque