Título

VIDAS APÓS A MORTE, APOIO SOMÁTICO NA GESTANTE GEMELAR EM MORTE ENCEFÁLICA: RELATO DE CASO

Introdução

A morte encefálica permite a possibilidade de doação de órgãos e faz-se necessário a manutenção ideal deste paciente, para preservar a condição de potencial doador. Quando a morte encefálica ocorre em gestantes, além da doação de órgãos, o suporte somático permite a manutenção do parto de uma criança viável. Este estudo objetivou relatar o caso de uma gestante em ME, bem como, a manutenção de suporte somático que permitiu o nascimento de gêmeos e a captação de órgãos materno para transplante.

Material e Método

Estudo de caso realizado com uma gestante gemelar diagnosticada em morte encefálica com dados do prontuário.

Resultados

Feminino, 20 anos, gestação gemelar de 09 semanas, com história de síncope precedida de cefaleia. A avaliação neurológica inicial mostrou coma aperceptivo. A TAC de Crânio apontou área de hemorragia compatível com HSA. Indicação clínica de abertura de protocolo de ME. Realizado 1º teste clínico, 2º teste clínico, teste de apnéia e exame complementar, que confirmaram o óbito materno. A ecografia obstétrica demonstrou embriões viáveis, o que determinou a manutenção do suporte hemodinâmico para sustentação da gestação. Devido instabilidade hemodinâmica materna, após 123 dias de manutenção, foi necessário intervenção cesariana. RN vivos, encaminhados a UTI Neonatal. Após o parto, ocorreu doação e captação de coração e rins.

Discussão e Conclusões

Após 123 dias da ME, optou-se pela cesariana, por instabilidade hemodinâmica. O suporte somático prolongado depende da estabilidade materna e crescimento fetal satisfatório, o que foi primordial para o nascimento dos bebês e a doação de órgãos. O suporte somático da gestante gemelar consiste num evento raro dos cuidados intensivos e esse relato contribui para a literatura sobre a temática.

Palavras Chave

Morte Encefálica Doação de órgãos Enfermagem Morte Materna.