Perfil de atendimentos psicológicos em um centro de transplante renal
A Insuficiência Renal Crônica traz diversas modificações na vida do sujeito, afetando-o em seus aspectos biopsicossociais. Tal processo de adoecimento vem acompanhado de uma infinidade de manifestações subjetivas – sentimentos, desejos, falas, sonhos, conflitos, crenças – de um indivíduo frente a sua enfermidade. Diante de uma internação hospitalar as manifestações subjetivas podem se tornar ainda mais intensas, sendo importante a atuação do psicólogo, que trabalhará com estes conteúdos a partir de técnicas para a escuta clínica e manejo situacional.
O banco de dados do Serviço de Psicologia do Hospital do Rim foi consultado para a realização deste estudo quantitativo, transversal e retrospectivo. Foram analisados os dados de atendimento desde a criação do banco, em Abril de 2013, até dezembro de 2015 com o objetivo de caracterizar a população atendida pelo serviço.
O número total de atendimentos prestados pelo Serviço de Psicologia aos pacientes em regime de internação hospitalar e aos seus familiares cresceu ao longo do período analisado. Em 2013 foram realizados 947 atendimentos, tendo um crescimento nos anos subsequentes para um total de 1322 e 1491 atendimentos. Os principais aspectos emocionais que motivaram as solicitações de atendimento foram: ansiedade, humor deprimido e diagnóstico grave.
Os dados observados condizem com a produção científica da área, que aponta para a prevalência de transtornos depressivos e ansiosos na população de pacientes renais crônicos.
É possível que na prática clínica a equipe de saúde solicite o atendimento psicológico ao observar que o paciente manifesta sinais de ansiedade, depressão ou encontra-se na iminência de eventos estressores, tais como a investigação e definição de um diagnóstico grave.
Psicologia, transplante, adoecimento
Multidisciplinar
Hospital do Rim - São Paulo - Brasil
Lívia Carolina Ariente, Lívia Okada, Bartira de Aguiar Roza, Samantha Mucci, José Osmar Medina Pestana