Título

Como o tamanho da lista para prova cruzada interfere no tempo de isquemia fria

Introdução

A prova cruzada (PC) entre as células do doador e o soro dos possíveis receptores é um procedimento normativo que precede o transplante de determinados órgãos. Apesar de trabalharmos com a mais rápida técnica (citometria de fluxo pelo protocolo Halifax), não observamos a redução esperada no tempo de isquemia fria. Portanto, nosso objetivo foi avaliar como o número de soros testados e a análise de exclusão virtual dos possíveis receptores através do painel de anticorpos, influenciam na duração da PC.

Material e Método

Foi realizada uma análise retrospectiva dos registros de doadores falecidos do Laboratório de Imunologia de Transplantes da Santa Casa de Porto Alegre no período de novembro de 2016 a fevereiro de 2017.

Resultados

Foram realizadas 107 PCs das quais 93 apresentaram dados suficientes e foram incluídas no estudo. Destas, 64 (68,82%) foram de doadores do estado do RS, enquanto que 29 (31,18%) doadores foram provenientes dos demais estados. Avaliando o tempo em cada PC, o tempo médio do teste foi 3h50min, sendo que o menor tempo encontrado foi de 1h50min (com dois soros) e o maior, de 7h20min (com 52 soros). A mediana de pacientes por lista foi de 12 e de pacientes excluídos pela análise virtual foi de 2 por lista. Além disso, observamos uma correlação positiva entre o tempo total da PC e o número de soros testados (coeficiente de Pearson: 0,701; P<0,001) e entre o número de receptores excluídos por PC virtual (coeficiente de Spearman: 0,548; P<0,001).

Discussão e Conclusões

Apesar de utilizarmos a técnica mais rápida disponível para PC física, esse ganho de tempo não se refletiu suficiente na redução do tempo de isquemia fria. Deste modo, a racionalização na elaboração da lista será de grande importância para um melhor resultado na abreviação desse tempo.

Palavras Chave

Prova cruzada; tempo de isquemia fria; lista de receptores