Relato de caso : transplante renal com doador portador de Doença Renal Policística
A discrepância entre o número de órgãos ofertados e a demanda tem aumentado progressivamente, fazendo que doadores com critérios expandidos sejam cada vez mais utilizados. A Doença Renal Policística (AKPD) é uma enfermidade hereditária caracterizada por múltiplos cistos de crescimento lento e que geralmente culminam em insuficiência renal .
Receptor masculino, 55 anos, com AKPD, em hemodiálise há 38 meses, tempo lista 20 meses. O doador: masculino, 21 anos, sem antecedente prévio, creatinina 1.3mg/dl, morte encefálica após traumatismo crânio-encefálico. O esquema de indução foi Inibidor da Interleucina-2 e imunossupressão de manutenção foi ciclosporina, micofenolato e prednisona. Durante o implante, rim de tamanho normal com alguns cistos. Paciente evoluiu sem intercorrências .A função renal permaneceu estável até o 9º ano, onde foi realizado biópsia renal 05/2014 - rejeição Aguda Celular (RAC)Banff IA e glomerulopatia crônica, submetido a pulsoterapia e trocado a ciclosporina por tacrolimus.
03/03/2016 – Glomerulopatia crônica do transplante
O diagnóstico AKPD foi evidenciado no momento do implante, com exames de imagem subsequentes confirmando o
diagnóstico.
Não foi realizado teste genético doador para confirmação ou definição de subtipo de doença policística.
Nosso paciente foi submetido a duas biópsias no período, sem intercorrências. Também não teve nenhuma internação por
complicações relacionadas ao enxerto exceto a RAC
A principal preocupação em se transplantar um rim policístico é o risco da perda rápida da função renal. Preconiza-se, transplantar rins abaixo 15cm, idade inferior a 50 anos e com creatinina normal. O receptor deve ter uma expectativa de vida menor que dez anos, sendo que o mesmo esteja ciente da condição do órgão .
AKPD
Rim
ASSOCIAÇÃO RENAL VIDA - Santa Catarina - Brasil
JOANA CAROLINA ECCEL, DENISE RODRIGUES SIMAO