REMISSÃO DE FIBROSE SISTÊMICA NEFROGÊNICA ASSOCIADA AO GADOLÍNIO (GADOVERSETAMIDA) APÓS TRANSPLANTE RENAL.
A Fibrose sistêmica nefrogênica (FSN) caracteriza-se por dermopatia fibrótica restrita à pacientes com insuficiência renal. É evidente a associação causal com exposição ao gadolínio. As lesões podem ser progressivas e não há terapia eficaz estabelecida. Em 2008 relatamos um caso de FSN em paciente transplantada renal após uso do gadolínio. Objetivamos relatar dados clínicos e histopatológicos sugerindo remissão da FSN no décimo ano de acompanhamento desta paciente.
Mulher, 34 anos, mulata, doença renal crônica por glomerulonefrite crônica, fez hemodiálise, transplante renal doador vivo haploidêntico, indução com basiliximab, manutenção com prednisona, tacrolimo e micofenolato, substituído após por azatioprina. No primeiro dia de pós operatório suspeitou-se de trombose venosa do enxerto à ultrassonografia com doppler motivando a realização de angioressonância magnética com 0,2 mmol/Kg de gadoversetamida (OPTIMARK®). Reabordagem cirúrgica detectou dobra da veia do enxerto renal. Neste momento a paciente evoluía com necessidade de hemodiálise
Houve recuperação da função do enxerto, alta hospitalar com creatinina de 1,2 mg/dl e taxa de filtração glomerular de 69ml/min. Após três meses de transplante surgiram lesões cutâneas em membros. Feito diagnóstico clínico e histopatológico de FSN atribuída à exposição prévia ao gadolínio. Agora, no décimo ano de pós- transplante de rim, com clearance de creatinina de 78 ml/min, observou-se remissão das lesões cutâneas, tanto clínica como histopatologicamente
De acordo com os poucos relatos em literatura, acreditamos que a FSN após recuperação da função renal através de um transplante de rim bem sucedido, possa evoluir com remissão ao longo dos anos
transplante renal, fibrose sistêmica nefrogênica, gadolínio
Rim
Hospital São Rafael - Bahia - Brasil
José Genival Cruz, Nara Alves, Ana Cláudia Vaz, Gustavo Prutchansky, Marco Antônio Almeida