HLA e predisposição ao Diabete Melito Pós-Transplante Renal
Conhecer a predisposição genética ao diabete melito pós-transplante (DMPT) através da identificação de marcadores de histocompatibilidade é uma ferramenta potencialmente valiosa para planejar estratégias que visem à prevenção deste tipo de diabetes
Avaliou-se a ocorrência dos HLA de classes 1 e 2, loci HLA-A, HLA-B e HLA-DR, em coorte histórica de 901 transplantados de rim, incluídos consecutivamente de jan/2000 a dez/2011, em centro de referência no sul do Brasil. Diagnóstico (DX) do DMPT conforme Consenso Internacional em DMPT/2014. A associação entre HLA e DMPT foi medida através de teste exato de Fisher ou Chi-Quadrado
O período para verificar incidência de DMPT foi de 45 dias após o transplante (TX) até 31/12/2016. 102 (11%) pacientes eram diabéticos pré TX e 138 (15%) desenvolveram DMPT. O antígeno A2 foi o mais frequentemente identificado, presente em 54% da coorte, igualmente distribuído entre transplantados com e sem DMPT. O antígeno B44 foi associado ao DX de diabete melito (DM) previamente ao TX (OR 1,61; 95% IC 1,12-2,30, p=0.02), porém não ao DMPT. A presença de HLA-B27 foi associada positivamente ao dx de DMPT (OR 2,05; 95% IC 1,06-3,95, p=0.047). O antígeno DR3 apresentou associação negativa com DMPT (OR 0,44, 95% IC 0,18-1,08), porém não atingiu significância estatística(p=0,06)
Foi observada associação do HLA-B27 com Dx de DMPT. Esta associação já foi descrita em estudo polonês, porém observada somente em pacientes com DRPAD. O HLA-B44, já relacionado ao DM insulinodependente, foi associado à suscetibilidade ao DM pré TX. Identificar marcadores de histocompatibilidade associados ao DMPT nas diferentes populações pode servir de ferramenta para individualizar o cuidado/prevenção do DMPT, ainda no período inicial do Tx.
Diabetes pós-TX
HLA
Rim
HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE - Rio Grande do Sul - Brasil
THIZÁ MASSAIA LONDEIRO, LUANA SEMINOTTI GIARETTA, Camila Henz, CRISTIANE BAUERMANN LEITÃO, ROBERTO CERATTI MANFRO, ANDREA CARLA BAUER