Aspergilose Cerebral Pós Transplante Hepático: Relato de caso.
Aspergilose cerebral (AC) é uma complicação rara e fatal após o transplante hepático (TH), com incidência de 1-8% entre as infecções fúngicas e mortalidade maior que 90%. O objetivo é relatar um caso de AC após TH, que apresentou boa evolução com tratamento antifúngico e cirúrgico combinado, sobrevivendo a esta complicação um ano após o transplante.
Analise do prontuário, a partir de Março de 2016, do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Paciente masculino, 61 anos, cirrose hepática por vírus da hepatite C submetido à TH. Após um mês, evolui com crises convulsivas, evidenciado lesão em região frontal do cérebro, em Ressonância Magnética de Encéfalo (RME). Realizado ressecção de lesões com biopsia, diagnosticando AC. Optado por tratamento inicial com Anfotericina B. Quatro meses depois, em RME de controle, apresenta novas lesões nodulares, iniciando-se Voriconazol associado à nova intervenção cirúrgica. Após um ano, o paciente evolui sem recidiva de lesões ou sintomas neurológicos.
Com Anfotericina B não houve resolução do quadro clínico, com recidiva dos sintomas neurológicos e nova lesão em RME. Após introdução do Voriconazol e nova intervenção cirúrgica, não apresentou recidiva dos sintomas e RME mantém-se sem novas lesões. Estudos mostram que o Voriconazol e intervenção cirúrgica são favoráveis para o tratamento da AC. Conclui-se que o diagnóstico precoce associado ao tratamento combinado com Voriconazole e tratamento cirúrgico pode ser efetivo em longo prazo, implicando na sobrevivência do paciente com AC após TH.
Aspergilose Cerebral, Infecções pós transplante hepático, Aspergilose invasiva
Fígado
Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo - São Paulo - Brasil
Tiago Emanuel SOUZA, Catiana Gritti, Jorge Marcelo Padilla Mancero, Andre David Ibrahim