NEOPLASIA MALIGNA PÓS TRANPLANTE RENAL
Neoplasia maligna (NM) está aumentada pós transplante renal (TR), sendo uma das principais causas de óbito após 10 anos de evolução. Analisamos a ocorrência de NM em TR excuindo tumor de pele não invasivo.
Avaliamos o prontuário de 345 pacientes (PT) transplantados no hospital Alemão Oswaldo Cruz no perído de 1979 a 2015 (311 doadores vivos e 34 falecidos).
Identificamos 66 casos de NM em 58 PT, pois 8 PT tiveram 2 tipos de NM. A NM mais frequente foi urológica (23%), sendo 9 de próstata, 8 em rim primitivo, 2 em rim transplantado, 3 uroteliais e 1 bexiga. NM maligna de pele do tipo espino celular invasivo e metastático ocorreu em 12 PT (8,2%), do aparelho digestivo em 9 (13,6%), linfoma em 18 (12,1%), endócrino em 5 (7,6%), e outros (3 uterinos, 2 cranio faringeomas, 1 tumor de Paget, 1 melanoma e 2 de pulmão) em 9 (14,6%). 77,6% dos PT foram masculinos. Tempo pós transplante em anos: rim 16,5 (3-29), urotelial 18,5 (10-24), pele 18,8 (2-24), linfoma 13,5 (4-40), digestivo 9,6 (1-25), sem diferença estatística entre eles. Houve correlação inversa entre a idade do transplantado e o tempo de aparecimento do tumor (p<0,001). Comparado aos dados do INCA, no homem houve mais NM de rim e pele invasiva, mas de próstata foi igual. Na mulher NM de mama e colo de útero foram menos frequentes. Considerando-se ambos os sexos, linfoma foi igual, pulmão, colon e reto menos frequentes. 22 PT (45%) faleceram em decorrência da NM. A mortalidade foi maior nos linfomas e neoplasias uroteliais. Não houve óbitos em NM de rim e de próstata.
NM é complicação frequente em pós TR, com tempo longo de evolução e mortalidade alta (45%). Quanto mais velho for o paciente no momento do transplante, menor a chance de aparecimento de tumor.
transplante renal
neoplasia maligna
Rim
Hospital Oswaldo Cruz - São Paulo - Brasil
LUIZ ESTEVAN IANHEZ, ANTONIO MARMO LUCON, MARCOS LUCON, EMIL SABBAGA