Análise clínica de pacientes com doença de Chagas submetidos ao transplante renal.
Não existem diretrizes consolidadas para pacientes com doença de Chagas em fase crônica, em lista de espera ou pós tx. A imunossupressão pode levar a reativação da doença, com apresentação como doença de Chagas em fase aguda. Poucos relatos tem mostrado a evolução de pacientes com doença de Chagas submetidos ao transplante e a interação entre os imunossupressores e a terapêutica específica.
Objetivo: avaliar a evolução de pacientes com doença de Chagas em lista de espera ou após o tx.
Estudo retrospectivo. Critérios de Inclusão: pacientes em lista de espera ou após transplante renal; sorologia positiva para Chagas; idade ≥ 18 anos e acompanhamento ≥ 6 meses.
De um total de 1000 tx renais e 1200 pacientes em lista de espera, 17 pacientes apresentavam sorologia positiva para Chagas, dos quais 13 preenchiam os critérios de inclusão. Prevalência: 7/1000 em lista e 6/1300 tx,( < 1%). Tratamento: maioria profilático, com Benzonidazol ou alopurinol em doses altas. Chagas agudo ocorreu em 2 pacientes, soronegativos, receptores de rim de doador falecido com sorologia positiva para Chagas. Os demais permaneceram assintomáticos durante o tratamento. Após 2 anos de acompanhamento não observamos alterações hepáticas ou hematológicas severas.
As baixas taxas de reativação de doença de eventos adversos ao tratamento sugere que a profilaxia foi eficaz para estes pacientes. O uso de altas doses de alopurinol para pacientes intolerantes ao Benzonidazol mostrou-se eficaz. A sobrevida de paciente e enxerto não foi alterada, sem reativação da doença mesmo nos casos de tratamento de rejeição aguda. Estudo prospectivo, com maior número de pacientes e comparando as duas terapêuticas é necessário para determinar a melhor terapêutica nestes casos.
Chagas, transplante renal.
Infecção
UNICAMP - São Paulo - Brasil
Amanda BIspo Velasco, Carla Feitosa do Valle, Leonardo Figueiredo Camargo, Marilda Mazzali