Título

O APROVEITAMENTO DE FÍGADOS DE DOADORES FALECIDOS NO RIO GRANDE DO SUL NO BIÊNIO 2015-2016

Introdução

O processo de doação de órgãos envolve um trabalho multidisciplinar, com múltiplas etapas desde a identificação do potencial doador de órgãos até a efetivação do transplante. A oferta de fígados de doadores falecidos permanece aquém da demanda da lista de espera, tornando necessário conhecer e otimizar as taxas de aproveitamento dos órgãos ofertados, minimizando o descarte.

Material e Método

O número de órgãos descartados é calculado subtraindo o número de fígados transplantados do número de fígados captados para transplante. Esse número é utilizado para calcular a taxa de descarte.

Resultados

No Rio Grande do Sul, dados da Central de Transplantes do RS, evidenciam que de 01 de janeiro de 2015 a 31 de dezembro de 2016 houveram 529 doadores efetivos, sendo realizado o explante de 418 fígados. Destes, 132 foram implantados em 2015 e 144 em 2016 (total: 276 / 52% dos fígados doados). Foram descartados 74 fígados em 2015 e 68 em 2016 (total: 142), correspondendo a uma taxa de descarte de 36% no ano de 2015 e 32% em 2016. Os motivos para o descarte foram alteração morfológica (53%), má perfusão (23%), condição do doador (11%), tamanho (8%) e tempo de isquemia (5%).

Discussão e Conclusões

Embora tenha havido uma pequena redução na taxa de descarte hepático no ano de 2016 comparado ao ano de 2015, os valores são bem superiores à taxa de aproximadamente 10% identificada no relato anual dos dados norteamericanos. Esta diferença pode se dever a um cuidado subótimo do doador, considerando-se as elevadas taxas de parada cardíaca de potenciais doadores no nosso meio. Faz-se necessário construir um banco de dados que nos permita identificar fatores de risco e construir modelos preditivos das nossas taxas de descarte, além de otimizar continuamente o cuidado do potencial doador de órgãos.

Palavras Chave

Aproveitamento de fígado