LEISHMANIOSE CUTÂNEA APÓS TRANSPLANTE RENAL
A leishmaniose é uma doença causada por protozoário do gênero Leishmania e pode se apresentar nas formas: cutânea, mucocutânea, cutânea difusa, e visceral. Os imunossuprimidos apresentam risco aumentado para as formas mais graves.
H.G.P., 42 anos, masc, IRC por rins policísticos, PRA 52%. Realizou tx renal em 27/02/2014 com DF, HLA distinto. Indução com timoglobulina (4,5mg/kg dose total), micofenolato de sódio 1440mg/dia, pred 60mg/dia e a partir do 7º PO associado FK 6mg/dia. Evoluiu com DGF e necessidade dialítica por cerca de 2 semanas. Neste período apresentou pancitopenia sendo associada a medicação. Reduzido micofenolato com melhora da pancitopenia. No 25º PO apesar de não necessitar mais de HD, ainda mantinha CR 4,0mg/dl, sendo optado por realização de bx renal que diagnosticou rejeição humoral tratada com timo (7,5mg/kg dose total). Apresentou da CR 2,4 e recebeu alta hospitalar no 49º PO. Oito dias após a alta reinternou com diagnóstico de infecção por CMV. Iniciado tratamento com valcyte. Durante a internação evoluiu com febre, leucopenia e lesões de pele, uma em cada membro inferior e uma em abdome, de coloração púrpura, sem relevo, sem ulcerações, sem bordas definidas, sem prurido, de tamanho de cerca de 8 cm no maior eixo. Realizado biópsia e feito diagnóstico de leishmaniose cutânea. Tratado com anfoterecina B por 21 dias com resolução das lesões.
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Embora raro, é importante considerar o diagnóstico da leishmaniose neste perfil de paciente já que o diagnóstico e tratamento precoces podem diminuir a morbidade e mortalidade. O presente caso mostrou uma lesão cutanea de leshmaniose incomum, sem ulceração e sem bordos elevados, mostrando que pacientes transplantados renais podem apresentar formas atipicas das lesões.
leishmaniose, transplante
Infecção
Fundação Pró-Rim - Santa Catarina - Brasil
Barbara Ferrari, Andreas Nogueira Sales, Flora Braga Vaz, Luciane Monica Deboni, Paulo Eduardo da Silveira Cicogna, Marcos Alexandre Vieira, Rodrigo Paludo de Oliveira