Causas das recusas familiares nas entrevistas de Potenciais Doadores em morte encefálica 2012 à 2016, do município de Rio Branco, Acre.
A Região Norte apresenta o maior número de recusas familiares em comparação a media nacional, o Estado do Acre se destaca como um dos estados desta região com o maior número de recusas. O objetivo deste levantamento é apontar as causas mais frequentes dos motivos que levaram os familiares a não consentirem a doação de órgãos e tecidos.
Estudo retrospectivo, descritivo dos motivos que resultaram em recusas familiares dos potenciais doadores em morte encefálica, elencando os principais motivos de recusas no município de Rio Branco dos anos de 2012 à 2016. Foi realizado um levantamento dos prontuários e agrupados por justificativas que no momento da entrevista os familiares verbalizavam ao profissional da Organização de Procura de Órgãos.
No período estudado ocorreram 107 (79,26%) recusas familiares para doações de órgãos e tecidos. Os motivos foram Potencial doador não era doador em vida 54 (50,46%), divergências familiares à respeito da doação 22 (20,56%), descrença no diagnóstico de morte encefálica 12 (11,21%), demora na entrega do corpo 8 (7,47%), corpo íntegro 7 (6,54%) e descontentamento com o atendimento em saúde 4 (3,73%) nas unidades notificadoras.
As principais causas de recusa familiar estão ligadas ao falecido ter declarado em vida que não era doador de órgãos, seguido de divergências entre os membros da família no momento do acolhimento e entrevista e descrença no diagnóstico de morte encefálica de cunho religioso referindo-se ao “milagre de Lázaro”. Contudo, devemos investir no melhor atendimento às pessoas que procuram os serviços de referência em saúde e também melhorar a logística e fluxo do processo de doação do município de Rio Branco, Acre.
Entrevista familiar, recusa de doação de órgãos
Coord. Tx / Ética
central estadual de Transplantes ACRE - Acre - Brasil
Regiane Clelia Ferrari, Nelson Antônio Pinheiro Junior, Ana Sheyla Santos Lopes, Ligiane Mendes Soares, Italo Jonathan Mesquita Cardoso