Conversão precoce de tacrolimus para everolimus e consequência inflamatória
Uma das estratégias utilizadas para o aumento da sobrevida do enxerto renal é a substituição do tacrolimus (TAC) pelo everolimus (EVL). Tal resultado é controverso quando analisados objetivos clínicos, e poucos são aqueles trabalhos com análise molecular do resultado da substituição precoce do 1º pela 2º fármaco após 3 meses de transplante. Neste trabalho objetivou se portanto a avaliação dos fatores inflamatórios urinários em um grupo de pacientes transplantados renais de baixo risco em uso de TAC, myfortic (MYF) e prednisona (pred), e outro em uso de EVL, MYF e pred.
Foram selecionados 2 grupos de 15 pacientes transplantados renais com os critérios de baixo risco: ausência de rejeição aguda clinica e subclínica comprovada por biópsia e nos primeiros 3 meses de transplante, primeiro transplante renal, ausência de DSA e ITU, PRA <50%, proteinúria < 1g/24h, Cr<2,0mg/dL. Após 3 meses um dos grupos foi submetido a substituição de TAC por EVL, permanecendo o outro com TAC, MYF e pred. Biópsia renal foi realizada e fatores inflamatórios urinários coletados após 3 meses (momento da randomização e conversão) e um ano de transplante. Foram mensurados Cd106, IP-10, MIG, MCP-1, IL-1, RANTES, IL-8, IL12p70, TNF, IL-10, IL-6, IL-1, VEGF, FGF, CD54.
Não houve diferença estatística em função renal, rejeição aguda e sobrevida de enxerto entre os grupos. O uso de EVL reduziu a excreção de TNF, VEGF e FGF, aumentou a de IL-1 em relação ao TAC e alterou a predição de IP-10, IL-8, MIG, MCP-1, IL-12 e TNF aos 3 meses para função renal aos 12 meses. Os demais fatores inflamatórios não apresentaram diferença entre os grupos.
A conversão precoce de TAC para EVL em pacientes de baixo risco apresenta alteração do perfil inflamatório do enxerto renal sem significativa repercussão clínica.
citocina
Rim
Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen - Santa Catarina - Brasil
André Barreto Pereira, Ana Cristina Simões Silva, Pedro Augusto Macedo Souza, Cláudia Ribeiro, André Souza Alvarenga