Título

Diagnóstico odontológico em indivíduo com transplante renal: carcinoma espinocelular

Introdução

Os transplantes de órgãos têm sido a alternativa ideal para os pacientes com falência de órgãos. O Brasil é o segundo em número absoluto de transplantes renais no mundo. A imunossupressão contínua dos pacientes submetidos a transplante de órgãos sólidos os deixa suscetíveis ao desenvolvimento de uma grande variedade de neoplasias, aumentando seu risco.

Material e Método

Homem, 57 anos, branco, com IRC, foi submetido em 2002 a transplante renal de doador vivo (irmã). Em um ano pós-transplante observou o surgimento de manchas violáceas em membro superior esquerdo. Dois anos após o transplante, as manchas surgiram em membro inferior homólogo. O setor de Dermatologia diagnosticou as lesões em 2005 como Sarcoma de Kaposi. Em fevereiro de 2017 durante consulta na Oncologia, o paciente queixou-se de uma ferida na língua. Paciente foi encaminhado ao Serviço de Odontologia, onde foi constatada uma lesão nodular em borda direita de língua, com superfície ulcerada, centro necrótico, bordas endurecidas, de limites bem definidos, medindo aproximadamente 20mm, sintomática.

Resultados

Foi realizada biópsia incisional da lesão pelos dentistas estabelecendo-se o diagnóstico de carcinoma espinocelular.

Discussão e Conclusões

A imunossupressão após o transplante aumenta o risco de ocorrência de neoplasias. O Sarcoma de Kaposi é uma neoplasia de tecido vascular maligna, geralmente associada ao HIV e ao HHV-8. Vajdic et al. relataram uma incidência maior de complicações como linfoma não-Hodgkin e neoplasias epiteliais de cavidade oral no período pós-transplante do que nos períodos antes e durante as terapias renais de substituição.
Foi encaminhado aos Oncologistas e segue acompanhado pela Odontologia para controle das comorbidades do tratamento oncológico.

Palavras Chave

Imunossupressores, Carcinoma Espinocelular, Transplante de Órgãos, Oncologia