Pneumonia tardia por Pneumocystis jiroveci em transplante cardíaco.
Devido à morbidade e mortalidade da pneumonia, está indicada profilaxia medicamentosa para P. jiroveci nos primeiros 6 meses após o transplante (tx). Entretanto, a partir de 2014, tivemos 13 casos de pneumonia tratados, sendo 8 casos confirmados após o término da profilaxia. Haveria indicação de prolongar o tempo de profilaxia? Em quais pacientes?
Para identificar fator de risco para infecção por P.jiroveci, avaliamos dados demográficos, tipo e dose de imunossupressores e ocorrência de rejeição nos pacientes submetidos a tx cardíaco em 2015 durante 24 meses ( até janeiro de 2017).
Em 2015, dos 42 pacientes submetidos a tx cardíaco, 31 (74%) estavam vivos após 12 meses, sendo 22 ( 69% ) sexo masculino, idade média= 46,5 anos e 9 (31%) sexo feminino, idade média= 45 anos. Houve 3 casos de pneumonia P jiroveci confirmados (18,19 e 24 meses pós tx, 2 do sexo masculino), todos em uso de tacrolimus, prednisona e 2 com micofenolato e 1 com azatioprina. A média da dose usada de prednisona entre os infectados foi de 16 mg e entre os não infectados foi de 9,4mg. A média de episódios de rejeição foi de 1,5 nos tx não infectados e 2,3 nos infectados. Os três pacientes foram tratados com sulfametoxazol/trimetoprim por 21 dias, evoluindo para cura. Dentre os 28 que não infectaram, 14 usaram tacrolimus e 14, ciclosporina.
Uso de tacrolimus e altas doses de prednisona no período pós tx tardio parecem estar relacionados à ocorrência de infecção por P.jiroveci. O número de casos ainda não é suficiente para indicar a extensão do tempo de profilaxia, mas continuamos acompanhando os pacientes transplantados em 2016.
Pneumocystis jiroveci, Pneumocistose, Transplante cardíaco, Imunossurpessão
Infecção
Instituto do coração - HCFMUSP - São Paulo - Brasil
Keilla Mara Freitas, Tãnia Mara Varejão Strabelli, , Fabiana Goulart Marcondes Bragas, Iascara Wozniak Campos, Fábio Gaiotto, Fernando Bacal