Título

Esplenectomia como opção terapêutica para rejeição humoral refratária a plasmaferese e Imunoglobulina Humana (IVIG).

Introdução

A rejeição mediada por anticorpos (RMA) ocorre em 20 a 30% das rejeições agudas e se caracteriza por lesão tecidual, anticorpos específicos anti-HLA (DSA) e/ou deposição de complemento (C4d) no tecido renal. O tratamento consiste em IVIG e plasmaferese. A esplenectomia pode ser uma opção terapêutica em pacientes sensibilizados.

Material e Método

Relato de caso de paciente submetido a esplenectomia por RMA. Masculino, 39 anos, DM tipo I transplantado de pâncreas isolado em 02/2004, com perda do enxerto em 04/2004 por rejeição aguda. Painel classe I 99% e classe II 85%, foi submetido a transplante renal com doador falecido em 07/2014, masculino, 26 anos, óbito por TCE, com 3 mismatchs. Recebeu indução com imunoglobulina anti-timocítica (ATG) 5mg/Kg, tacrolimo, micofenolato e prednisona com função imediata do enxerto e alta no 10º PO com creatinina de 5 mg/dL. Retorno dois dias após em anúria, febre, biópsia do enxerto com rejeição aguda IB, tratado com metilprednisolona 2,5g dose total, sem resposta. Nova biópsia com permanência da rejeição IB, tratado com ATG 1,25mg/kg/dose/14dias. DSA >5000 e C4d positivo 80-90% dos capilares peritubulares, realizou plasmaferese + IVIG 5g/dose. Entretanto, nova biópsia com persistência de rejeição aguda IB, C4d positivo e DSA. Realizou-se novo curso de ATG 1,25mg/kg/dose/14dias, sem resposta. Optado por realização de esplenectomia.

Resultados

Após esplenectomia apresentou melhora da função renal com creatinina de 2,1mg/dL. Em seguimento de 2 anos com creatinina de 1,8 mg/dL, em uso de tacrolimo, micofenolato e prednisona com diminuição DSA (1000-5000).

Discussão e Conclusões

Esse relato sugere que a combinação da terapêutica tradicional e da realização da esplenectomia pode ser uma alternativa eficaz para tratamento de RMA.

Palavras Chave

Transplante renal, rejeição mediada por anticorpo, esplenectomia