Analise dos casos de situação especial para transplante de fígado
A alocação de fígados para transplante por meio da escala MELD foi adotada no Brasil em 2006. Entretanto, a escala MELD traz limitações. Uma delas é não contemplar pacientes cuja mortalidade em lista não está relacionada diretamente com o grau de insuficiência hepática. Por isto, o regulamento técnico do SNT prevê a correção do MELD por meio de concessão de pontuação adicional em situações específicas. Além disso, existe a possibilidade de solicitação de pontuação adicional em casos não previstos no regulamento técnico, os quais devem ser avaliados pela Câmara Técnica Nacional de Transplante de Fígado (CTN-Fígado). Este trabalho visa analisar os casos de situações especiais – SE no Brasil (exceto São Paulo) quanto ao tempo de espera em lista e mortalidade.
Estudo descritivo do tipo transversal, feito por meio da análise de dados obtidos do SIG-SNT, no período de 01/01/2011 a 31/12/2016.
Foram inscritos 7.689 pacientes para transplante hepático sem SE e 3.044 pacientes em SE. Nesse período, 3.475 (45,2%) pacientes foram transplantados sem SE e 2.370 (77,9%) com SE. O tempo médio em lista até o transplante foi de 6,6 meses para os pacientes sem SE e de 5,4 meses para os pacientes em SE. Com relação aos óbitos, foram registrados 1.835 (23,8%) óbitos de pacientes sem SE em lista e 1.040 (29,9%) óbitos pós-transplantes. E quanto aos pacientes em SE, foram registrados 261 (8,6%) óbitos em lista e 628 (26,5%) óbitos pós-transplante.
Os resultados preliminares apontam que os pacientes em SE estão sendo transplantados em maior porcentagem e com menor tempo de espera em lista. Com relação aos óbitos, os pacientes sem SE apresentaram uma maior porcentagem de óbito em lista e os pacientes em SE sofreram mais óbitos no pós-transplante.
Transplante hepático; situação especial
Fígado
COORDENAÇÃO GERAL DO SISTEMA NACIONAL DE TRANSPLANTES - Distrito Federal - Brasil
URSULA NAIARA GESTEIRA PEDROSO, DENISE MARIA RODRIGUES COSTA, ROSANA REIS NOTHEN