Título

MÉTODO PIGGYBACK MODIFICADO DE TRANSPLANTE DE FÍGADO UTILIZANDO AS VEIAS HEPÁTICAS DIREITA E MÉDIA DO RECEPTOR

Introdução

Na descrição original do método piggyback de transplante de fígado (Tx), o tronco comum das veias hepáticas média (VHM) e esquerda (VHE) era utilizado para implantação da veia cava inferior (VCI) do enxerto. Nessa variante, o retorno venoso do enxerto era freqüentemente comprometido devido a estenose ou torção da anastomose. Para evitar essas complicações, a maioria dos autores usa as três veias hepáticas principais. Entretanto, o pinçamento conjunto das três veias determina redução do fluxo da VCI. Desde 1998, incorporamos uma modificação no Tx piggyback utilizando as veias hepáticas direita e média (DM). Essa manobra reduz a constricção da VCI durante a fase anepática. O objetivo deste estudo é analisar a exeqüibilidade e os resultados do método DM.

Material e Método

Foram revistos 632 Tx com doador falecido realizados entre 1º/1/1998 e 31/12/2015 em 4 hospitais: HCFMUSP (n=257), Albert Einstein (n=239), Santa Casa-SP (n=135) e Osvaldo Cruz (n=1). Foram identificados 171 Tx com reconstrução da via de efluxo venoso pelo método DM. Nesses casos, após a hepatectomia, a VHE foi suturada e uma pinça foi aplicada lateralmente na VCI, incluindo apenas os óstios da VHD e da VHM, que foram unidos por meio da secção da parede da VCI interposta.

Resultados

O percentual de TX pelo método DM foi 27% (171/632). Considerando apenas Tx piggyback, essa porcentagem foi 32% (171/534). Houve 4 casos de bloqueio de efluxo venoso (4/171 = 2,3%), tratados com sucesso por angioplastia. A sobrevida após 1, 3, 5 e 10 anos é 78%, 70%, 67% e 62%.

Discussão e Conclusões

Conclui-se que o método piggyback modificado utilizando as veias hepáticas direita e média do receptor é exeqüível e seguro, podendo teoricamente reduzir alterações hemodinâmicas da fase anepática do Tx.

Palavras Chave

veias hepáticas, efluxo venoso, transplante de fígado