Dados do Trabalho
Título
IMPACTO DA MANUTENÇÃO DO DOADOR NA OCORRÊNCIA DE FUNÇÃO TARDIA DO ENXERTO RENAL
Introdução
Especula-se que a elevada incidência de função tardia do enxerto renal (DGF) no Brasil seja devida à inadequada manutenção do doador. O objetivo desse estudo foi avaliar os fatores de risco para DGF em uma coorte de transplantes renais (TxR).
Material e Método
Coorte retrospectiva incluindo TxR com doador falecido entre Jan/14-Dez/17 em 2 centros brasileiros (n=443). Para explorar de forma mais sensível o impacto de variáveis que refletem manutenção do doador, utilizamos técnicas de machine learning (ML), além da tradicional regressão logística (RL).
Resultados
Os receptores eram adultos (44±15) de baixo risco imunológico e 47±45 meses em diálise, os quais receberam rins de doadores jovens (31±13), que morreram por trauma (71%). 4,3% eram doadores expandidos e o KDPI médio foi de 32±22%. O tempo de isquemia fria (TIF) foi de 21±4h. A incidência de DGF foi 53%. As variáveis de manutenção não foram observadas na RL incluindo toda a amostra. Na análise por RL no subgrupo com TIF<21h, débito urinário (OR 0,639, IC 95% 0,444-0,919) e Na+ sérico (OR 1,030, IC 95% 1,052-1,379) foram independentemente associados a DGF. Nas análises por ML, pressão arterial, uso de vasopressores em altas doses, glicemia e diurese foram identificadas como preditores de DGF.
Discussão e Conclusões
As variáveis de refletem a manutenção do doador foram fatores de risco para o desenvolvimento de DGF nesta coorte de TxR com doadores predominantemente ideais.
Palavras Chave
Transplante renal
DGF
Manutenção doador
Área
RIM - Complicações
Instituições
Universidade Federal do Ceará - Ceará - Brasil
Autores
Silvana Daher Costa, Francisco Victor Carvalho Barroso, Claudia Maria Costa de Oliveira, Elizabeth De Francesco Daher, Paula Frassinetti Castelo Branco Camurça Fernandes, Luís Gustavo Modelli de Andrade, Ronaldo de Mattos Esmeraldo, Tainá Veras de Sandes Freitas