Dados do Trabalho

Título

Anticorpos específicos anti-HLA contra doador renal e avaliação da evolução do enxerto após o primeiro ano de transplante

Introdução

Os anticorpos (Ac) contra HLA específicos (DSA) e inespecíficos (nDSA), pré formados ou "de novo" são fatores de risco para rejeições agudas e crônicas. Entretanto, há necessidade de melhor definir a importância deles na evolução e monitorização da função do enxerto. O objetivo foi avaliar a evolução do enxerto após um ano de transplante renal (tx) e sua associação com DSAs pré formados e DSAs "de novo".

Material e Método

Foram analisados 61 receptores de tx que foram seguidos durante um ano. Os painéis dos pacientes foram avaliados através da técnica Luminex no pré, 6 meses e um ano após tx, para verificar a existência de DSA (MIF > 1500) pré e pós formados e correlacionar com a evolução da função renal após um ano do tx.

Resultados

Entre os 61 pacientes, 19 apresentavam PRA > 10% no pré tx sendo que 10 tinham DSA. Destes 10 pacientes, 6 negativaram pós tx, 4 persistiram com DSA sendo que um deles desenvolveu DSA "de novo". Destes 4 pacientes, 3 desenvolveram rejeição mediada por Ac. Entre os 9 pacientes sem DSA pré tx, 2 desenvolveram DSA "de novo" e apresentaram rejeição aguda celular. Houve diferença significativa do valor de creatinina entre os que negativaram o DSA após o transplante e os que persistiram positivo (1,3±0,3 e 3,16±1,7 mg/dL; p=0,03). Não houve diferença significativa do valor de creatinina: entre aqueles que tinham versus aqueles que não tinham DSA positivo pré tx (p=0,2); entre aqueles que não tinham DSA pré tx e não desenvolveram DSA pós tx versus aqueles que não tinham mas desenvolveram DSA pós tx (p=0,7).

Discussão e Conclusões

A presença de DSA pré tx e sua persistência esteve associado com episódios de rejeição, sendo que a persistência de DAS também se associou à pior evolução do enxerto, mostrando a importância desses Ac na monitorização do tx.

Palavras Chave

rejeição, DSA, tx renal, função renal