Dados do Trabalho

Título

Profissionais das unidades de críticos frente a crença do diagnóstico de morte e a entrega do corpo à família

Introdução

Desde 1997, no Brasil, a equipe das Unidades de Pacientes Críticos (UCIs) deve diagnosticar, notificar as Centrais de Transplante e informar a família sobre o diagnóstico de Morte Encefálica (ME).(1-3) Assim, a equipe passa a enfrentar constantes dilemas pessoais, éticos, morais e legais ao se deparar com corpos inanimados mantidos artificialmente.(4-7)
O objetivo do estudo foi conhecer a crença da equipe de críticos quanto ao diagnóstico de ME, a opção pessoal pela doação e a decisão da equipe das UCIs em desconectar os equipamentos e entregar o corpo à família.

Material e Método

Estudo quantitativo, descritivo, desenvolvido em seis hospitais do sul do país. Participantes: profissionais das UCIs (médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem). Coleta de dados: entre novembro de 2017 e outubro de 2018 por meio de um questionário com questões sobre o processo de doação de órgãos.

Resultados

Participaram 653 profissionais, 24,3% enfermeiros, 33,2% técnicos de enfermagem; 19,9% médicos e 4,61% outros profissionais. 97,4% acreditam no diagnóstico de ME. Desses, 78,4% não são doadores de órgãos. Quanto a desconectar os equipamentos e entregar o corpo à família após constatada a ME, 57,3% responderam que fariam esse procedimento.

Discussão e Conclusões

O estudo mostra que lidar com pacientes em ME, bem como decidir ser um doador de órgãos e entregar o corpo à família em caso de recusa para doação de órgãos, ou em caso de contraindicação absoluta para doação, é um grande desafio abarcado por dilemas éticos e que necessita ser amplamente discutido com a equipe.(8-10)
Os dados do referido estudo contribuem para que gestores institucionais e governamentais desenvolvam ações de apoio, aliado a estratégias educacionais no intuito de dar maior segurança e suporte a esses profissionais.

Palavras Chave

Morte Encefálica; Equipe de Assistência ao Paciente.